Roteiro por Mendoza – Road trip de 4 dias

Como adoradores de vinhos, sempre foi nosso desejo ir à Mendoza. No entanto, não é uma viagem para férias. Um roteiro por Mendoza de 4 dias inteiros são mais do que suficientes (afinal, meu fígado ainda não é total flex!). É um lugar para ir diversas vezes e não fazer tudo de uma vez.

O centro em si não oferece muitas opções de passeios, o interessante está nos arredores, onde há inúmeras opções de vinícolas para comprar um vinho, fazer um tour ou almoçar (algumas oferecem jantar também). Além disso, Mendoza tá ali nas cordilheiras, que oferece muitas opções de passeios de aventura, como trilhas, rafting, esqui etc.. Tem atividade para todas as estações do ano!

Mas o que nos motivou a ir para lá em 2018? Tudo começou em janeiro quando eu estava com algumas milhas para expirar. Tava em dúvida se trocava por algum produto ou alguma viagem no Brasil, porque não tinha milhas suficientes para ir para fora do país.

No entanto, a Entidade dos Viajantes Zicados (amigaça!!) me lembrou que eu tinha uns pontos no cartão que não havia transferido e, ainda, na mesma semana, saiu uma promoção da Smiles que ganhava 60% a mais de milhas nas transferências realizadas naquela semana!!! Fechou!! Voltei a pesquisar e vi que dava para ir para Mendoza!! Decidi ir na semana do meu aniversário, com saída no dia 28 de maio e retorno no dia 2 de junho.

Opções de Tours

Existem 5 formas principais de organizar seu roteiro por Mendoza: Transporte Público (com ou sem bike), tours com agências em grupo ou privado, contratar um motorista particular ou alugar um carro:

  1. Lógico que a opção mais barata é a primeira, mas você fica bem limitado, porque as opções de ônibus são limitadas e demoradas. Existe um serviço chamado Bus Vitivinicola, aqueles típicos “hop on hop off” só que de vinícolas. Achei a ideia bem legal!
  2. Os tours com agências têm uma grande vantagem (ao menos as que pesquisei), pois eles já fazem as reservas nas vinícolas por você. Existem algumas opções de roteiros que, contudo, ficam limitadas às bodegas de médio e grande porte;
  3. Outra opção é fazer um tour privado, neste caso você pode até dar uma alterada no roteiro, mas lógico que por um preço bem maior. Já fiz muito passeio com agência, tem seus prós e contras, mas nesta viagem em especial queria algo mais maleável, queria curtir sem pressa, passear nas vinícolas, botar o Tub no ar (Tub é o nosso drone), sem horários pré-determinados e roteiros fixos. Ainda assim, não tem a liberdade da opção abaixo;
  4. Nesse caso você só terá um motorista para te levar onde você quiser. A parte de reserva, onde você irá, o tempo que ficará em cada lugar depende só de você. Nesta opção, não estão incluídos os valores dos tours nas bodegas, então não esqueça de incluir isso ao fazer um orçamento;
  5. Alugar carro foi a opção que escolhi depois que uma amiga super mega blaster recomendou. Tava um pouco receosa de beber e dirigir, de não aproveitar ao máximo cada degustação, mas o resultado foi muito positivo. Como não tínhamos pressa de ir de um lugar para outro, após as degustações a gente passeava pelas bodegas, tirava umas fotos, voava com o Tub (sempre peça autorização), tomava bastante água e estávamos prontos para outro.

Seja responsável

Lógico que o motorista da vez (vulgo Yu) se segurou bastante e eu chutei o balde (consequência: passei mal e dormi mal todos os dias – decidi ser a motorista da vez na próxima. Sou muito sem limites!!). Existe uma certa tolerância na região de Mendoza para o consumo de álcool, mas se a sua intenção é beber todas as taças que forem servidas até o final, esqueça essa opção. Dá para se divertir muito só apreciando o vinho, sem achar que precisa tomar tudo o que for servido para compensar o preço. Use o descarte sem medo, principalmente se o vinho não te agradar.

Dentes roxos? Temos!

Aluguel de Carro

Reservei o carro pela Rentcars.com. Foi a primeira vez que fiz por esses sites especializados, geralmente alugo diretamente no site da locadora, mas vi uma grande vantagem dessa vez em reservar por eles: pagar na hora, em real, sem incidência de IOF. Como o dólar tá uma loucura esse ano, achei melhor fazer isso para não me assustar com a fatura mais tarde (deu certo, pois uma semana depois o dólar disparou).

Não deixe de forma alguma de fazer a reserva antecipada. Quando fomos pegar o nosso carro, vimos um casal de brasileiros tentando alugar e, aparentemente, nenhuma locadora tinha carro disponível. Não corra esse risco.

Retiramos nosso carro no guichê da Localiza, super tranquilo. Lá eles vão te dar duas opções de seguro, pagar 160 pesos argentinos por dia (valor para maio/2018) ou autorizar uma caução no cartão de crédito no valor de 17.000 pesos como franquia do seguro. Se for constatado algum dano no veículo quando da devolução, eles descontam até esse valor. Em caso negativo, o valor é estornado.

Sempre escolhemos a segunda opção quando alugamos carro. Somos bastante cuidadosos e em caso de algum incidente, temos também o seguro do Visa Platinum que cobre alguns danos.  Mas se você for braço ou azarado, recomendo fortemente a primeira opção, sairá mais barato e dará menos dor de cabeça.

Nunca deixe de fazer seguro do carro. Se não tivéssemos feito o prejuízo com nosso acidente na Namíbia teria sido bem maior…

Quando eles forem fazer a vistoria, acompanhe-a e, se necessário, peça para incluir danos que não estejam marcados (é o que sempre fazemos). E para nossa surpresa, mais uma vez ganhamos um upgrade, acabamos pegando um sedan 1.4 que cabia nossas malas no porta malas, nem precisamos passar no ap para deixá-las antes de começar a passear!!

Hospedagem

Somos super fãs do AirBnb. Usamos desde 2015 e só ficamos em hotel quando não há opção de airbnb no local ou as opções disponíveis não nos agradam.

Para a gente as grandes vantagens são: valor, privacidade e sempre ter cozinha (somos do tipo que “passa fome” para ter mais dinheiro para os passeios, então ter a opção de cozinhar reduz bastante os gastos com alimentação)!

Geralmente a comunicação com o proprietário é eficiente e os horários de check in e check out são mais maleáveis, só conversar! Se não rolou entrar ou sair antes, sempre verifique se tem algum lugar que você possa deixar as malas antes de reservar o ap.  Muitos dos que ficamos tinham algum lugar que a gente podia deixar as malas, facilitando muito nossa vida.

Em Mendoza escolhemos o ap da Mary, um amor de hostess, nos ajudou bastante antes e durante a viagem. O ap dela é bem localizado, confortável, com uma vista linda e com garagem (antes de alugar perguntei para todos os proprietários dos aps que tinha interesse se havia garagem privativa para deixar nosso carrinho, porque no centro de Mendoza tem um tipo de zona azul no horário comercial, não rola parar na rua).

Seja qual for sua escolha de roteiro por Mendoza…

De qualquer forma, seja hotel, airbnb, pousada  ou hostel que você escolha, tente ficar próximo de uma das 5 praças principais da cidade (Plaza Independencia, Chile, España, San Martin e Plaza Italia). Se tiver de carro, nem tem tanto problema ficar um pouco mais distante, mas para quem está sem, facilita para refeições e passeios.

Há também uma opção fantástica, que pretendemos escolher na próxima ida, que é se hospedar em alguma das bodegas. Várias oferecem este serviço e depois de conhecer algumas fiquei morrendo de vontade de curtir esta experiência.

Câmbio de Moedas

Recomendo fortemente fazer câmbio no centro de Mendoza, porque a cotação será melhor. Caso tenha uma conexão mais longa antes em Buenos Aires, lá a cotação é um pouco melhor.

Leve reais. Só leve dólares se já tiver em casa, porque você perderá dinheiro com IOF (ao menos na atual situação econômica. Teve uma época que era melhor levar dólares). As cotações das casas de câmbio estavam bem próximas do valor no Banco Central, então a perda é mínima ao trocar reais por pesos argentinos.

Os mais indicados

Nas minhas pesquisas os câmbios mais recomendados foram a Maguitur, Cambio Express, Montemar e Cambio Santiago. Fica uma pertinho da outra, então é fácil pesquisar em todas para verificar a melhor cotação.

No primeiro dia fiz câmbio de um valor que achei que daria para a viagem toda, mas nós, os megalomaníacos sem controle, acabamos comprando muito mais vinhos que havíamos planejado e tivemos que fazer câmbio novamente no penúltimo dia. No entanto chegamos cerca de 1 minuto após o fechamento das casas de câmbio. Tinha um cara na rua oferecendo câmbio, como tava precisando e ia trocar pouco dinheiro, aceitei. Eles tinham loja física e tal, mas não sejam loucos como eu, evite esses câmbios paralelos. No meu caso deu tudo certo, mas vai que…

Dependendo do país, há estelionatários se passando por cambistas, que trocam seu dinheiro pela moeda de outro país, que não vale nada. Vimos isso na Europa central.

Aaaah, essa viagem pela Europa Central foi incrível!

Internet

Conheço os SimCards internacionais, tenho amigos que usam e recomendam, mas sou muito mão de vaca para eles. Em todas as nossas viagens compramos um SimCard pré pago local. Sempre sai mais barato, mas tem o problema de já não chegar no país com internet e ter que ir atrás disso, perder um tempinho na loja e tal. Eu ainda acho que vale o trabalho, não só porque o primeiro dia é exatamente para fazer essas burocracias, mas também porque o preço compensa muuuuuuito!

As duas opções de operadoras mais recomendadas na Argentina são a Claro e a Movistar. Na Claro o SIMcard saiu por 10 pesos e mais 80 pesos pelo pacote de dados de 2GB por 5 dias. Na movistar o SimCard era gratuito, mas o pacote de 5 dias custava 80 pesos por apenas 750MB.

Claramente a Claro era melhor. Demorou um pouquinho para sermos atendidos (uns 15 minutos), mas depois foi super rápido e saímos com os celulares conectados. Não esqueça de levar um documento pessoal. A cobertura da Claro foi bem legal, só não pegava nos locais mais ermos e nas montanhas.

As duas lojas ficam no mesmo quarteirão das casas de câmbio, foi sair de um e ir ao outro.

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