Região de Maipú em Mendoza
29/05/2018 Terça
Centro de Mendoza
Primeiro dia tem programação sim!! Pela manhã faríamos a parte burocrática e na parte da tarde tínhamos reservas para vinícolas na região de Maipú em Mendoza.
Não esqueça de sempre salvar o mapa offline da região que vai visitar! Sem ele não conseguiríamos chegar ao centro de Mendoza, onde compramos nossos SimCards locais!
O plano era fazermos câmbio, comprar o SimCard, almoçar e depois passar em duas lojas de vinhos (Wine O’clock e Sol y Vino) para dar uma olhada nos preços e descontos (nos disseram que vendiam mais barato que nas bodegas e davam descontos progressivos dependendo do número de garrafas compradas). Não deu certo…
Estacionando o carro
Ficamos cerca de uma hora procurando vaga. Os espertos acharam que seria fácil. Além de ser tudo zona azul no centro e a gente tinha só uns trocados em pesos (e também não sabíamos como pagar essa zona azul – continuamos não sabendo), nos lugares que era livre tinha flanelinha (ser abominável).
Depois de meia hora tentando encontrar vaga na rua, decidimos procurar um estacionamento… e para encontrar um foi mais meia hora… No fim paramos na rua Lavalle, altura do número 174. Pagamos 80 pesos por quase 4h.
Câmbio, SimCard e Almoço
Finalmente, passamos nos 4 câmbios que citei anteriormente e a melhor cotação no dia era o Maguitur (1 real por 5,50 pesos). Tinha uma filinha, mas em cerca de meia hora tava feito. Em seguida compramos o SimCard na Claro.
Quando conseguimos pensar em almoço, já era quase meio dia, estávamos famintos! Paramos no primeiro restaurante que vimos (El Paolo – Av. San Martín 1040). Tava vazio, achamos que era pelo horário. Não, acho que era pelo serviço mesmo. Sabe slow food? Meu, era 10x mais slow. Ficamos mais de uma hora esperando para comer. Nem as bebidas vinham.
Pedimos empanadas e bife de chorizo. Tava gostosinho, principalmente as empanadas fresquinhas (que não valeram a espera de terem preparado e assado na hora), mas além do bife de chorizo ter vindo mais pra bem passado (pedimos ao ponto), o que é um crime na Argentina, o estresse da demora nos deixou tão irritados que não aproveitamos muito. Saímos de lá já para ir direito para a primeira reserva do dia. Ou seja, não deu tempo de passar nas lojas de vinhos…
Não indico o restaurante, não vá! Hora de esquecer isso. Vai para a lista de perrengues bárbaros junto com as sacanagens da Smiles.
Maipú
Olivícola Laur
A Olivícola Laur fica a cerca de meia hora do centro. Depois que saímos da estrada principal, o caminho era lindo, quase todas as ruazinhas tinham um dossel com as folhas das árvores com coloração outonal, as plantações de parreiras também, coisa mais linda do mundo! Se não estiver atrasado, vá devagar e aproveite a vista!
Degustação
Chegamos facinho com o maps, até antes da hora (nosso tour era 14h30). Nos ofereceram fazer a degustação antes do passeio. Eram 5 tipos de azeites e 3 tipos de vinagres balsâmicos. A moça, que esqueci o nome, nos explicou sobre cada um, o que os diferenciava.
Estavam incluídos pedaços de pão tipo italiano, uma pasta de azeitona preta, uma de azeitona verde e uma de feijão (que era a melhor de longe) e algumas azeitonas em salmoura para podermos limpar o paladar após cada degustação, que seria melhor se fizéssemos sem a interferência de nada, só o azeite ou o balsâmico.
Foi uma experiência muita interessante, nunca havia prestado muita atenção nas sutilezas dos azeites e vinagres balsâmicos, percebi diversos sabores e a diferença de cada um. Foi muito gostoso.
Depois da degustação iniciamos o tour pela fábrica. Erámos somente nós dois! Nos ensinaram tudo, desde a plantação até o engarrafamento dos azeites e balsâmicos. A gente não tinha noção de como era!
Depois do tour, a moça nos deixou passear pela plantação e voar de drone. Experimentei azeitona direto do pé, coisa horrorosa de medonha!! Uma mistura de jiló com tinta látex!! Hahaha
Compramos um dos vinagres, coisa deliciosa! E partimos para o próximo ponto!
Valor do tour: 100 pesos por pessoa mais o valor dos azeites e balsâmicos. No fim, esquecemos de pagar a visita, voltamos para pagar e ela disse que não tinha problema porque tínhamos comprado. Ficamos sem saber se essa era a praxe do local ou ela já tinha dado o valor do tour como perdido quando fomos embora.
Bodega Trapiche
Ao colocar no maps o próximo ponto, percebi que iríamos passar ao lado da Trapiche. Decidimos parar somente para comprar alguns vinhos, pois depois da experiência na Concha y Toro, queria distância de grandes bodegas com tours muito padronizados, turísticos, com muita gente.
De qualquer forma, vale a parada, pois o local é lindo. Os vinhos também estavam com preços bem bons viu. Saímos de lá com duas garrafas, um Reserva Petit Verdot e um Blend Gran Reserva. Nos empolgamos tanto lá que quando vimos tava quase na hora do outro tour. Ainda bem que ficava só a 3 quilômetros da outra bodega.
Bodega AMP Cava
Às 16h30 chegamos no que foi o segundo melhor tour desta viagem: Bodega AMP Cava ou Alandes, ou Altocedro… eles usam vários “codinomes” nos rótulos. Como já expliquei anteriormente, não há parreiras lá, só a parte de fermentação e envelhecimento.
Fomos recebidos com uma taça de vinho branco de uva torrontés (nesse momento a gente ainda não tinha se tocado do quão diferente é essa uva. É uma variedade que surgiu naturalmente na Argentina e se deu super bem na região de Salta, ao norte do país. Os aromas são adocicados, mas os sabores são cítricos e refrescantes – aprendemos ao longo da viagem que chamam este vinho de mentiroso, por causa dessas características).
Já pensou em conhecer a região vinícola de Cafayate, no noroeste Argentino?
Nossa guia foi a Dibe, uma enóloga/sommelier em construção. Ela nos explicou sobre os diferenciais da bodega e da produção. Nos mostrou os tanques em alvenaria, que muita bodega já não usa mais, mas nos explicou as grandes vantagens desse tipo de tanque (não são aqueles ovos de concreto).
Direto do barril!
Depois nos levou ao andar de cima para fazermos a primeira prova de um Malbec direto do barril de carvalho. Ele já estava lá há 20 meses, praticamente pronto para integrar um blend muito especial. Minha nossa senhora do carvalho francês. Foi a primeira vez que experimentamos assim direto da barrica. Foi a coisa mais maravilhosa que as minhas papilas gustativas já tiveram contato na vida!!!! Senti perfeitamente todos os sabores que o carvalho passa ao vinho. Cara, foi surreal de gostoso. Queria pegar uma garrafa e levar aquele mesmo. E aquilo foi só o começo!
Então fomos para uma salinha fazermos a degustação dos outros vinhos, acompanhada de uns biscoitinhos e água (sempre beba muita água nas degustações, não só para limpar o paladar entre cada vinho, mas também para não subir demais a bebida, e não esqueça de ir ao banheiro entre uma bodega e outra).
As vantagens de uma bodega menos turística
Inicialmente eram para ser 4 vinhos (além do experimentado direto da barrica), mas ela percebeu que tínhamos algum conhecimento e muito gosto pela coisa e começou a trazer os vinhos mais top até chegar no topíssimo da bodega (Altocedro Gran Reserva Malbec 2016). Tão fodástico esse vinho que eles nem tiram a rolha para servir, usam um aparato chamado Coravin que você enfia uma agulha na rolha, ele injeta gás argônio dentro, para que o líquido não entre em contato com o oxigênio (é como se você não tivesse aberto a garrafa), e então serve.
Para usar um negocinho desses em um vinho que está pra degustação, significa que eles não oferecem essa bicadinha pra qualquer um. Ficamos até emocionados. Esse foi o único que não pudemos repetir, mas tudo bem, tinham tantas outras opções!!! Assim, o vinho era muito bom, mas não foi meu preferido. Ele ainda precisava de uns anos na garrafa para amadurecer e ficar mais equilibrado. Não duvido que em alguns anos será incrível.
Vinho bom é o vinho que eu gosto!
Aquela máxima, vinho bom é o que eu gosto, e não o mais caro! O meu preferido de longe foi o Paradoux, um blend que inclui aquele Malbec da barrica que provamos e mais 4 uvas (20% de cada, por isso um paradoxo). Meu, é a coisa mais equilibrada, aveludada, deliciosa que já experimentei. Acho que deve ser meu top 1. Ou não, sou apaixonada pelos vinhos da Odjfell (aguarde pelas cenas dos capítulos sobre as duas idas ao Chile!).
Bom, resumindo a história, provamos 8 vinhos numa degustação que seriam de 4!!! Foi incrível, super mega blaster recomendo esta visita. Saímos de lá com 5 garrafas (detalhe, plano inicial eram 12 garrafas ao fim da viagem – primeiro dia e já tínhamos 7 garrafas de vinho e uma de vinagre balsâmico… algo não dará certo! Mas a Dibe nos disse que agora podia levar garrafas na mala de mão, como no Chile, será????).
Valor do tour: 300 pesos por pessoa, mais os vinhos (o céu é o limite).
Saímos de lá com os dentes roxos e felizes da vida. O dia começou meio ruim, mas terminou ótimo! Mendoza promete! Passamos no mercado para comprar o jantar e o café da manhã e o plano era capotar com a bebida, mas meu fígado e estômago começaram a se revoltar já nesse dia… dormi só depois de tomar dramin. Que seja, a vida é muito curta para não aproveitar ao máximo essa experiência (anyway, #inveja do Yu que nunca passa mal!).
Vivino
Se quiser nos seguir no Vivino, sempre avaliamos os vinhos que tomamos (Barbara Cortat e Yuri Mendoza). Eu avalio mais com a emoção e o Yu é mais técnico – mas nenhum de nós nunca fez curso e nada, é só pela nossa experiência pessoal mesmo. Usamos bastante esse app para comprar vinhos que não conhecemos. Se a maioria acha aquele vinho bom, deve ser bom. Geralmente dá certo, mas às vezes caímos numas roubadas, assim como tiveram vezes que achamos melhor o vinho do que ele estava classificado.
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