O fantástico cânion Guartelá em Tibagi – Paraná
Até começar a pesquisa para montar nosso roteiro pelo interior do Paraná, confesso que não sabia da existência do cânion Guartelá, situado na cidade de Tibagi. Mas também, assim que vi a primeira foto, soube que ele não poderia estar de fora da nossa road trip pelos Campos Gerais.
Sobre o Cânion Guartelá
O cânion Guartelá está localizado entre as cidades de Castro e Tibagi, no interior do Paraná.
Ele é considerado o sexto maior cânion do mundo em extensão e o maior do Brasil. Além disso, é considerado um registro da separação da América do Sul e África e do nascimento do oceano Atlântico sul.
O cânion Guartelá foi formado pelo rio Iapó e possui cerca de 30 km de extensão, com profundidade máxima de 450 metros.
Parque Estadual do Guartelá
Foi criado em 1992, com o intuito de preservar o ecossistema no qual o cânion Guartelá está inserido. Sua entrada está localizada a cerca de 19 km do centro de Tibagi, 40 km do centro de Castro e 200 km de Curitiba, na região dos Campos Gerais, no interior do Paraná.
São várias as versões sobre a origem do nome Guartelá, mas todas têm em comum a presença da expressão “Guarda-te-lá”.
Atualmente, o horário de funcionamento é de quarta a domingo, das 8 às 16h (horário da última entrada – o fechamento é às 17h, quando os guardas vêm recolhendo todos os retardatários). De qualquer forma é sempre bom confirmar.
A entrada e o estacionamento são gratuitos, ao menos por enquanto (lá ouvimos do guarda que vai ser privatizado). Mas você precisa se cadastrar no centro de visitantes antes de iniciar sua caminhada.
São dois os pontos no parque com sanitários e água potável: no centro de visitantes e em quiosques que ficam a cerca de 1km do primeiro.
O que fazer no Parque
São muitos os atrativos do parque: trilhas, cavernas, hidromassagens naturais, cachoeiras, mirantes, além do próprio Cânion Guartelá.
Ademais, há pinturas rupestres, representações simbólicas de povos que ali viveram entre 10 mil e 300 anos atrás.
Para conhecê-los há duas trilhas que cortam o parque:
- Básica – com um pouco mais de 5 km de extensão, ida e volta, esta trilha autoguiada nos leva ao mirante do Cânion Guartelá, à Cachoeira da Ponte de Pedra e aos panelões do Sumidouro.
- Completa – para fazer esta trilha é exigido o acompanhamento de um guia, que deve ser contratado previamente. Além dos pontos acima mencionados, a trilha inclui também acesso ao portal de rochas areníticas, pinturas rupestres e outros mirantes naturais. A trilha tem cerca de 7,5 km de extensão, ida e volta.
O acesso à trilha completa não é permitido se tiver chovido até dois dias antes do dia da caminhada.
Além disso, com fim de preservação, são somente permitidos 40 visitantes por dia, sendo 20 no período matutino e 20 no vespertino, com no máximo 10 visitantes por grupo.
É proibido
- Sair das trilhas demarcadas
- Pets
- Fumar
- Bebidas alcoólicas
- Acampar
- Equipamentos sonoros
- Fogueiras e churrasqueiras
Mais informações: (42) 98871-8623;
Centro de Atendimento ao Turista (CAT) – 0800 643 1388.
Como foi nossa experiência
Chegamos no parque por volta das 14h. Como não tínhamos tempo para fazer a trilha completa, somente fizemos nosso cadastro na entrada e iniciamos a trilha básica.
A trilha básica é de nível técnico fácil, todo o caminho é bem sinalizado e grande parte é pavimentada com blocos de concreto ou passarelas em madeira. Somente no trechinho final que a caminhada é feita sobre pedras, mas nada que exija demais do visitante, tanto que é possível fazer de chinelo (exceto para quem odeia caminhar de chinelo, como o Yu)!
No entanto, vale enfatizar que os primeiros 900 metros são ladeira abaixo, todo santo ajuda, são quase 200 metros de desnível (pense nisso ao planejar a volta). O restante da trilha é praticamente plana.
Como tínhamos que estar no centro de visitantes até às 17h, quando o parque fecha, decidimos ir direto para o mirante do cânion Guartelá e da cachoeira, situado a 2,5 km da entrada, para depois fazermos as paradas intermediárias.
Levamos cerca de 40 minutos para chegar lá. Considere, portanto, de 40 min a 1h para chegar ao mirante da Cachoeira Ponte de Pedra.
Uns 500 metros antes há um outro mirante, de onde não é possível ver a cachoeira, em um deck de madeira, porém este estava fechado para manutenção. Aliás, é até esse trecho que a trilha é toda pavimentada, a partir daí que começa a trilha sobre as pedras, que mencionei previamente.
Finalmente Cânion Guartelá!
Surpreendentemente, a primeira vista que tivemos do cânion já fez nossos queixos caírem. Que lugar mais incrível! Quando chegamos ao mirante mesmo e tivemos a vista completa com a Cachoeira Ponte de Pedra, aí a experiência realmente ficou bárbara!
A Cachoeira Ponte de Pedra é uma queda d’agua do Arroio ou Córrego Pedregulho, tem aproximadamente 200 metros de altura e possui uma formação natural rochosa que a corta se assemelhando a uma ponte.
Ficamos por lá até que o fiscal do Parque nos expulsou! Ah é, esqueci de comentar isso. A gente tinha que chegar nesse mirante até 15h, depois disso não permitem fazer o trecho da trilha entre os panelões e o mirante, dessa forma dá tempo de voltar antes do parque fechar.
Panelões do Sumidouro
Voltamos na trilha até chegar aos famosos panelões. Tinha até bastante gente, mas bem de boa. Deu para entrar em todos os panelões que quisemos, somente nós dois, sem precisar ficar esperando muito.
Os Panelões do Sumidouro ou Piscinas Naturais do Arroio Pedregulho (o mesmo da Cachoeira Ponte de Pedra) são buracos no leito do rio onde a água acumula, formando uma piscininha natural. Eventualmente, em alguns, como a corrente de água é maior, ela circula com mais força, dando a sensação de estarmos em uma hidromassagem.
Como o leito do rio é em arenito, nos pontos onde a água forma um redemoinho, os sedimentos, dessa forma, ao longo dos séculos, erodem a rocha, formando essas piscinas e hidromassagens naturais!
Na época do ano que fomos, como o rio estava mais seco, em só dois panelões a água corria com mais força, formando a hidromassagem.
Também foram os mais profundos que entramos e, para sair deles, era necessário o uso de uma escadinha, compartilhada entre ambos. Dá pra entrar escorregando ou pulando, mas sair era bem mais complicado sem ela.
Já vou avisando, a água é bem fria! Por outro lado, menos gelada que a do poço da cachoeira que tinha no Recanto Ecológico da Dora, camping que escolhemos para nos hospedar em Tibagi, Paraná, localizado literalmente ao lado do Parque Estadual Guartelá, por onde passa o mesmo arroio.
Mas como o dia tava bem quente, foi um alívio para nossos corpos, que estavam ainda mais quentes depois da caminhada!
Prepare seu fôlego!
Novamente fomos expulsos pelos fiscais no horário limite. Era hora de criar coragem para subir o quase 1 km de morro.
Foi menos pior que a gente imaginava (também, subimos de roupa de banho e botas, apenas). Como já disse sobre a trilha da Pedra da Macela, em Cunha/Paraty, encontre seu ritmo confortável e só pare quando chegar!
Definitivamente reserve mais de um dia
A gente gostou tanto do camping e do Parque que ficamos bem chateados de ter reservado somente uma noite e um dia para Tibagi, Paraná.
Daria para ter ficado um dia inteiro explorando só as atividades do camping e no outro dia explorar somente o Parque. Até poderíamos ficar mais um dia, mas como lá não tinha sinal de celular, não dava para avisar ninguém.
O que fazer em Tibagi, Paraná, além do Cânion Guartelá
Há outras atividades na região, como rafting, boia cross, cascading, rapel e a trilha da Fenda do Nick.
A Fenda do Nick surgiu há milhões de anos, após um terremoto que rompeu um bloco de arenito. Em alguns pontos, a distância entre os paredões é de cerca de 1,5 metros e 70 metros de altura.
A Fenda do Nick fica dentro de uma propriedade privada e só pode ser acessada por guias credenciados. A trilha, de nível fácil, tem cerca de 2 km e são 3 níveis que podem ser visitados, sendo que o último só é acessado com rapel.
Na época que fomos somente uma agência tinha permissão para realizar esse passeio, cobrando R$ 75,00 reais por pessoa (somente os 2 primeiros níveis), e você ainda tinha que pegar o guia no seu carro. Para fazer o rapel, inclua aí mais R$ 200,00.
Se for com carro da agência, o valor sobe ainda mais. Achei muito caro só para acessar o local.
8 Comentários
Juliana
Adorei Bah. É uma das regiões que quero conhecer, com suas dicas agora, muito mais fácil!! 😍
barbaracortat
É uma região muito bonita e barata, nosso tipo de viagem, né, Ju?
Zurah
Pq será privado se é um parque estadual ?
barbaracortat
Pelo que falaram vai deixar de ser estadual. Uma tristeza, porque muitas vezes os preços dos ingressos impedem que todos tenham acesso.
Adriana Rodrigues
Que massa! Com certeza mais uma experiência incrível!
Nao sabia sobre este cânion, adorei saber!
barbaracortat
Aproveita para conhecer antes que privatizem. Pelo que falaram, será a mesma empresa do Parque Vila Velha, que cobra um absurdo pelo ingresso. Então já estou esperando pelo pior.
Helen Corrêa
Estou louca para conhecer esse lindo lugar. Moro em Rio Grande. Rio Grande do Sul. Mais irei conhecer.com certeza.
barbaracortat
Helen, se joga na estrada! Tem tanta coisa linda no caminho para você ir conhecendo!
O sul do Brasil é um espetáculo!