Interior do Paraná: road trip pelos Campos Gerais
Conhecida como Campos Gerais, essa região do interior do Paraná, localizada na porção centro leste do estado, é recheada de atrativos naturais e culturais.
Durante nossa road trip de 7 dias pelo interior do Paraná, tivemos contato com um pouco da cultura e da gastronomia alemã, ucraniana e holandesa em meio a belíssimas paisagens.
Road trip pelos Campos Gerais
Tenho certeza que a maioria de vocês, leitores, já deve ter ouvido falar de Ponta Grossa, uma das principais cidades do interior do Paraná e dos Campos Gerais. Mas os atrativos dessa região vão muito além do Parque Vila Velha e do Buraco do Padre, ambos situados na cidade.
Ao iniciar minhas pesquisas, percebi que a melhor forma de conhecer os Campos Gerais seria em uma viagem de carro, já que os transportes intermunicipal e municipal não facilitam muito o acesso às atrações.
As estradas, tanto do interior de São Paulo como do Paraná, estavam muito boas. Entretanto, isso tem um custo. Alguns pedágios eram bem caros, muitos acima dos 10 reais. Ao todo, rodamos quase 1920 quilômetros e passamos por 18 pedágios. Para quem paga 50% a mais por levar um reboque, acaba pesando no bolso.
Com exceção do primeiro e do último dia, nos quais rodamos cerca de 500 km (pontos inicial e final, respectivamente, sendo nossa casa), ao passo que os demais trechos não ultrapassavam os 150 km. E como as paisagens são muito bonitas, você nem vê a viagem passar. O caminho faz parte da experiência!
Roteiro pelo interior do Paraná
Em relação ao original, algumas coisas mudaram no nosso roteiro. Por fim, o que fizemos foi:
- 1º dia (domingo) – Colônia Witmarsum
- 2º dia (segunda) – Lapa e Prudentópolis
- 3º dia (terça) – Prudentópolis
- 4º dia (quarta) – Prudentópolis, Carambeí e Ponta Grossa
- 5º dia (quinta) – Ponta Grossa
- 6º dia (sexta) – Ponta Grossa, Castro e Tibagi
- 7º dia (sábado) – Tibagi
Originalmente, no dia 7 iríamos passar o dia em Jaguariaíva antes de voltar para São Paulo. No entanto, devido a alguns desencontros de informações e também por termos incluído outros pontos no roteiro, acabamos tirando a cidade do roteiro.
Mas não têm problema! Já temos um segundo roteiro pelo interior do Paraná. Nos aguardem!!
Tem roteiro, mas não tem reserva de hospedagem
Se você conversasse com a Barbara de 3 anos atrás ela falaria em alto e bom som: nem a pau que vou viajar sem nenhuma reserva de hospedagem!
Contudo, tudo começou a mudar após nossa viagem para a África do Sul. Tinham dois dias que o roteiro tinha duas possibilidades e a melhor opção era deixar a hospedagem em aberto, para decidirmos no fim da tarde em qual cidade pernoitaríamos.
E deu super certo! Ficamos em dois airbnbs super gostosos, um deles com um belo quarto e café da manhã que achei que estava num hotel 5 estrelas!!
No ano seguinte veio a viagem para a Namíbia, que nos abriu os olhos para a maravilha que é acampar.
Como resultado: nessa viagem nós levamos nossa carretinha com a barraca de teto e não reservamos sequer uma noite de hospedagem!
Lógico que entrei em contato com alguns campings, para saber se ainda existiam e tirar dúvidas; e também contei com a ajuda de dois apps incríveis para overlanders e campistas: MaCamp e iOverlander.
Podem te interessar:
– Road trip pela África do Sul – roteiro de 17 dias
Já ouvi essa palavra. O que são overlanders?
Overlanders são aqueles que que gostam de viajar, explorar por terra, sobre rodas. O caminho faz parte da experiência, sendo as vezes até mais importante que o destino. A viagem pode durar alguns dias, meses ou anos.
Em geral o veículo está equipado para que o overlander seja autossuficiente, ampliando sua gama de opções de hospedagem, que na maioria das vezes será acampar, mas sem excluir outras possibilidades mais comumente usadas ou até mesmo aproveitar a hospitalidade local.
Ah, então só overlanders conseguem viajar sem reserva de hospedagem.
Com a ajuda da tecnologia e levando quase tudo que a gente precisava no engate do carro, foi possível decidirmos no fim da tarde onde passaríamos cada uma das noites, permitindo várias mudanças de última hora no roteiro.
Mas mesmo que você não seja adepto de acampar, você também pode viajar desta forma. Como? Deixe algumas alternativas de hospedagem pré selecionadas no Booking, Hoteis.com ou Airbnb e reserve somente quando tiver certeza de onde estará naquela noite, tal como fizemos na África do Sul.
Decerto que essa opção é mais viável fora de temporada, mas não impossível na alta temporada. Contudo, os preços e as opções não podem não ser tão atrativos.
Custos da nossa road trip de 7 dias pelo interior do Paraná
1 | Combustível | R$ 810,76 |
2 | Pedágios | R$ 220,50 |
3 | Hospedagem | R$ 360,00 |
4 | Passeios | R$ 338,00 |
5 | Alimentação | R$ 851,99 |
6 | Outros | R$ 178,60 |
7 | Total | R$ 2759,85 |
Observações:
1 – Nosso carro é a diesel;
2 – Por causa da carretinha, o valor do pedágio é 1,5 vezes maior quando comparado só ao automóvel. Neste caso, teríamos pagado R$147,00;
3 – Das 6 noites, 4 ficamos em campings e 2 em postos de combustível;
Saiba como foi nossa experiência nas noites que dormimos em postos de combustível e os campings que ficamos em Prudentópolis, Ponta Grossa e Tibagi!
4 – Os passeios que fizemos nos campings de Ponta Grossa e Tibagi estavam incluídos na diária. Ambos permitem a visitação de não hóspedes, mediante taxa;
5 – Na conta está incluído o valor que gastamos em restaurantes e como também no supermercado com itens para preparar algumas refeições: café da manhã, lanches de trilha e de viagem e alguns jantares;
6 – Neste item estão incluídos alguns mimos para dar de presente;
7 – Total final para o casal.
Explicando nosso roteiro e mudanças de última hora
Por que começamos em Colônia Witmarsum e não em Lapa?
Nossa road trip pelo interior do Paraná iniciou em um domingo. O mais lógico seria ter como primeiro ponto a cidade de Lapa. No entanto, os atrativos da Colônia Witmarsum só funcionam nos finais de semana e feriados. Durante a semana quase nada abre, em especial às segundas.
Informação desatualizada na internet nos fez perder atrativos em Prudentópolis
No dia 3 (uma quarta para nós), a ideia era sair bem cedinho de Prudentópolis. No entanto, quando chegamos na cidade, no final da segunda, nos informaram que dois dos principais atrativos da cidade, o salto São Francisco e o São João, estariam fechados na terça para manutenção.
E para piorar, o Salto São João, ao lado do qual estávamos hospedados, estaria fechado também na quarta! Imagina o meu desespero.
Como eu não sabia disso? A informação na internet estava desatualizada. Com a pandemia muitos horários mudaram e eu nunca havia passado por nenhuma situação parecida antes.
Se eu soubesse decerto teria mudado a ordem das cidades, ou ao invés de conhecer o centro de Prudentópolis na segunda à tarde, teríamos ido direito para o Salto São João e deixaríamos o centro para o dia seguinte.
Em resumo: muitas lágrimas, uma manhã perdida e vista do Salto São João só pelas lentes do drone 🙁
Ainda bem que não é tão longe de casa, dá pra aproveitar alguma outra viagem pra passar por lá e fazer o que sentimos falta.
Problema de turistar durante a semana
Ainda em Prudentópolis, muitas das cachoeiras que ficam em propriedades privadas só podem ser acessadas em dias úteis mediante acompanhamento de guias.
A manhã perdida foi tentando encontrar um guia que pudesse nos acompanhar. Os que foram indicados no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) demoraram muito para nos responder, por conseqüência acabou que não conseguimos marcar nada.
Por que não ficamos mais um dia em Prudentópolis?
Porque às quartas o Parque Histórico de Carambeí tem entrada gratuita. Só por isso!!
Caso contrário, a gente teria contratado um guia para conhecer outras cachoeiras na quarta e ido ao Salto São João na quinta pela manhã antes de seguir viagem.
Mas há males que vem para o bem. Se a gente tivesse tomado essa decisão, o próximo tópico não teria acontecido, inesperadamente um dos pontos altos da nossa viagem!
Começou em Carambeí e terminou em uma mesa de bar em Ponta Grossa!
Nós tínhamos planejado para o nosso dia 5 em Ponta Grossa conhecer o Parque Vila Velha pela manhã e o Buraco do Padre na parte da tarde. No entanto, conhecemos um grupo de amigos viajando em um motorhome quando estávamos saindo da Frederica´s Koffiehuis, uma famosa confeitaria em Carambeí, que nos fez mudar nossos planos.
Naquela noite ainda não havíamos decidido onde dormir. Estávamos prontos para passar a noite em um posto de combustível. Até que cruzamos com esse grupo. Decidi perguntar onde eles passariam a noite e nos falaram de um camping que eu até tinha entrado em contato, mas como não me responderam, achei que não existia mais.
Nisso, esse grupo não só nos falou para a gente ir para o camping com eles, como também nos chamaram para ir à choperia Estrela do Chopp em Ponta Grossa. Em resumo: chegamos no camping mais de meia noite. E valeu demais!!! Não só pelo camping, mas pela noite super agradável que tivemos com eles!
O Camping Cachoeira do Rio São Jorge tinha no “jardim” só um cânion e uma cachoeira fantástica, que pode ser visitada também por não hóspedes!
Nossa manhã foi então ocupada pelas trilhas dentro do terreno do camping. Por isso acabamos ficando mais uma manhã em Ponta Grossa!
Fica a dica: inclua no seu roteiro por Ponta Grossa o Cânion e Cachoeira do Rio São Jorge (foto de capa do post)!
Mais um camping que surpreendeu: Tibagi!
Novamente, sem saber onde iríamos dormir na noite do dia 6, encontrei no MaCamp o Recanto Ecológico da Dora. Queria algo perto do Parque Estadual do Guartelá, para não termos que nos deslocar muito no dia seguinte.
O plano inicial era ir ao Parque do Guartelá pela manhã e de lá seguir viagem. No entanto, como chegamos no camping já a noite, só descobrimos seu potencial no dia seguinte. No local havia opções de trilha para arenitos, para o Cânion do Guartelá e 7 cachoeiras!
Foi aí que mudamos novamente nosso roteiro. Decidimos aproveitar os atrativos do camping pela manhã. Surpreendentemente, gostamos tanto a ponto de querer prolongar nossa viagem mais um dia. Só não o fizemos porque não havia sinal de internet na região, então não ia dar para avisar ninguém sobre nossa decisão.
À tarde fomos ao Parque que ficava literalmente ao lado do camping. Melhor localização impossível! De lá pegamos a estrada no fim da tarde para casa, finalizando essa deliciosa semana pelo interior do Paraná.
Pontos importantes a se considerar ao montar seu roteiro pelos Campos Gerais
– Se você for iniciar sua viagem pelo interior do Paraná em um sábado ou sexta, considere começar por Lapa. Em virtude de termos começamos em Colônia Witmarsum, para ir para Lapa e depois seguir para Prudentópolis, tivemos que passar pela mesma estrada duas vezes. Começando por Lapa, você economiza esse trecho. Ao menos não tinha pedágio!
– Outra mudança interessante seria fazer Ponta Grossa antes de Prudentópolis, pois está mais perto de Colônia Witmarsum. Acabei mudando essa ordem por causa dos dias de funcionamento das atrações. Que estavam erradas…!!
– Se atente aos horários de funcionamento das atrações que pretende visitar e as condições de visitação, sobretudo durante a semana. Entre em contato com o CAT de cada uma das cidades para não dar de cara com a porta como nós!
– Por fim, não deixe seu roteiro tão travado. Permita mudanças de última hora! Elas podem te salvar de micos, e se tornarem experiências bárbaras!
Road trips
Se você ama uma road trip como eu, então vai amar essas sugestões de roteiros das meninas do grupo “Viagens por Escrito”:
- Mundo Viajante – Circuito das Aguas Paulistas: Roteiro para road trip no interior de São Paulo
- Descobrir Viajando – Estrada Nacional 2: a road trip mais famosa de Portugal
- Agarre o Mundo – De São Francisco a San Diego- Califórnia
- Blog Elizabeth Werneck – Road Trip na Estrada de Cunha a Paraty: veja o que ver e o que fazer nesse trecho da Estrada Real
- Voyajando Blog – Como fazer uma Road Trip na Itália? Dicas para viajar de carro pelo país
- Classe Turista – Road trip pela Croácia, Eslovênia e Bósnia (imperdível)
- Viaja que Passa – Road trip: roteiro nas Montanhas Rochosas do Canadá
15 Comentários
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Patrícia Carvalho Veludo
Que sonho de roadtrip, confesso que fiquei presa na foto de Carambei…E adorei que relatou tão promenorizada a sua experiência, principalmente o que correu menos bem.
barbaracortat
Carambeí retrata bem uma cidadezinha holandesa, mas o que mais me encantou nesse viagem mesmo foram as belezas naturais!
Nem tudo são rosas né, acho legal deixar bem claro que mesmo pesquisando muito, algumas coisas podem não dar certo, mas isso não quer dizer que a viagem está arruinada. É errando que se aprende. Depois dessa viagem, não confio cegamente nos horários que a gente encontra no google.
keniamiranda
Que delícia de viagem. Sem falar que no sul, a sensação que temos, é que estamos na Alemanha.
Seu relato vai ajudar imensamente na nossa próxima road Trip.
Gratidão
Izabela
Oi Bárbara, adorei o seu roteiro de road trip pelo interior do Paraná, inclusive já faz tempo que tenho vontade de desbravar o estado de carro e o seu post só fez essa vontade crescer.
Jenifer
Que viagem mais inspiradora! Anotei todas as dicas porque nunca havia pensado antes em fazer uma viagem do tipo pelo Parana! Logico que amei!
Fê Moro
Ah, que rota incrível! Acredita que sou do Paraná e ainda não conheço vários desses lugares? Colocando na wish list pra ontem!
luciana mardegan
Adoro seus perrengues bárbaros… hahahaha. Mas, eu ainda sou a Barbara de 3 anos atras… só saio de casa com tudo planejado, ainda mais em cidades com poucas opçoes de hospedagem! Confesso que nunca tinha pensado nesses destinos, mas, achei a beleza natural supreendente! Acho que me animo! Bj
barbaracortat
Para alguns destinos ainda sigo reservando tudo, como em lugares muito turísticos. Mas em cidades pequenas pouco turísticas, vou livre, leve e solta!
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Elizabeth
Ah, adoro o Paraná. Infelizmente conheço bem pouco. A sua road trip pelos Campos Gerais foi um espetáculo. Minhas próximas férias já sei o meu destino. Obrigada por compartilhar. Beijinhos
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Emily
Olá, acredita que um carro popular aguente tranquilamente as estradas mais complexas, como estradas de chão? Ou é necessário um carro mais preparado para esse tipo de aventura?
Obrigada.
barbaracortat
Olá Emily,
na época que fomos as estradas de terra permitiam a passagem de carros populares de boa. Mas como já faz um tempinho, pode ser que com as chuvas possam ter ficado mais chatinhas.
Mas como elas dão acesso a pontos bastante visitados, acredito que devem seguir permitindo a passagem sem necessitar de um 4×4.