Spitzkoppe na Namíbia – uma inspiração de vida!

Em breve chega o dia dos namorados. Muitos escolhem viajar, outros ir a restaurantes, ou ainda comprar presentes caros. Mas você já pensou que o melhor presente não custa nada?? Inspirada na maravilhosa experiência que tivemos em Spitzkoppe, deixo uma sugestão não só para os dias dos namorados, mas também para outras datas comemorativas. Ou não. Ou simplesmente para um dia qualquer!

Mas o que é Spitzkoppe?

Sptizkoppe é um pequeno grupo de picos em granito que surgem do nada no meio do deserto da Namíbia, na região de Damaraland. Ele se destaca ao longe na paisagem. É também conhecido como Matterhorn da África, se referindo ao famoso pico nos Alpes Suíços. Seu maior pico atinge 1728m de altitude, o segundo maior do país.

Olha ele ali do lado direito!

Spitzkoppe também é um importante sítio arqueológico. Foram encontradas pinturas em cavernas que datam entre 2000 e 4000 mil anos.

Juntamente com o maravilhoso Deadvlei (umas das minhas 10 melhores Experiências Bárbaras) é um dos locais mais emblemáticos e fotografados da Namíbia.

Ele fica no caminho entre o Etosha, uma enorme reserva de savana onde podemos avistar diversos animais da fauna africana em seu habitat natural, e Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia, localizada no litoral, distando cerca de 120 km desta última.

Como fomos parar lá?

Este local é ponto obrigatório em qualquer roteiro pela Namíbia que não se limite somente ao Etosha e Sossusvlei, onde fica o Deadvlei. Mas confesso que as fotos não eram tão inspiradoras quanto os outros locais que citei.

Foi realmente um lugar que não só superou demais as minhas expectativas, mas que se tornou um dos meus favoritos, não somente por sua beleza, mas também pela experiência maravilhosa que tivemos por lá e que me inspirou para esse texto.

Onde se hospedar?

Primeira coisa que você precisa saber sobre a Namíbia: opções de hospedagem são limitadas e não variam muito. Ou são lodges ou são acampamentos, ambos situados no mesmo espaço, no entanto com uma diferença de preço gritante entre eles.

Dito isso, no entorno de Spitzkoppe há um minúsculo povoado e apenas duas ou três opções de hospedagem próximas ao Grosse Spitzkoppe Nature Reserve, onde ficam as formações rochosas.

Vista do nosso campsite!

Ah, mas Barbara, eu vi que tem um camping/lodge a uns 10, 15 km de lá, mais barato, mais legal… então, cerca de 90% das estradas do país são de areia, não sendo aconselhável ultrapassar os 70-80 km/h (algumas locadoras não permitem em contrato). Logo, essa distância toma um tempo precioso no seu roteiro já limitado pelos horários que se deve evitar o sol escaldante, entre as 10 e 15h, quando as temperaturas ultrapassam facilmente os 40°C.

Eu não só queria ficar próxima à atração, mas, principalmente, acampar dentro do parque. Por quê?

A inspiração!

Spitzkoppe Community Restcamp fica dentro do Grosse Spitzkoppe Nature Reserve e tem vagas limitadas.

O acampamento é como um oásis de paz e tranquilidade no meio do deserto. Você se sente “dono” daquele lugar, pois o próximo campsite fica a no mínimo dezenas de metros de distância, não sendo nem visível. É você e o majestoso Matterhorn namibiano.

Outro diferencial: Não há energia elétrica nos campsites. Oooooi?? Barbara, mas como você pode achar que isso é algo bom? Pelo simples fato de que a ausência desta comodidade por algumas horas fez com que a gente se desconectasse totalmente e nos conectássemos não só um ao outro, mas àquele momento.

No total são 31 campsites. Cada um conta com uma grande área, um banheiro seco, espaço para fogueira, uma grelha e um latão de lixo.

Nosso campsite. Aquela casinha à esquerda era o banheiro!

Na entrada do camping há um restaurante e banheiros com água corrente. A água dos chuveiros é aquecida por energia solar.

O local é super ecológico. Como está no meio do deserto, o uso dos recursos deve ser bastante consciente.

Na verdade, o uso dos recursos, seja onde você estiver, deve sempre ter parcimônia. Reduza, reutilize e recicle! O planeta, nossa geração e as futuras agradecem.

 A região dos chuveiros era linda. Eram 4 cabines em pedra, sem teto, cada uma com um chuveiro, um banquinho e penduradores de toalha/roupa. Não subestime o sol da Namíbia, a água estava pelando! Tomei o banho mais gostoso e lindo da vida lá, enquanto observava o cair do dia. Do lado de fora, o Yu pedia para não desligarem ainda a água porque eu não tinha terminado. Consulte o horário de fechamento.

Como foi nossa experiência

Fim da tarde e noite

Chegamos no camping por volta das 16h30-17h depois de um dia longo e cansativo de estrada. Os pontos de interesse na Namíbia são muito distantes uns dos outros e a maior parte dirigimos em estradas de areia que requerem muito da nossa atenção (e o destino nos pregou uma peça no asfalto, quando relaxamos…).

Escolhemos um dos campsites mais próximos do melhor ponto do parque para ver o nascer do sol, deixamos nossa mesa e cadeiras (forma de reservar o local) e voltamos para a entrada para tomar banho.

Antes do pôr do sol, montamos a barraca e deixamos as coisas preparadas para depois fazer o jantar. Subimos em uma das rochas e observamos aquele lindo fim de dia. O som que ouvíamos era só de animais e do vento. Foi um dos pores do sol mais bonitos que vimos até hoje.

Depois, colocamos uma musiquinha e cozinhamos enquanto conversávamos sobre o dia, sobre banalidades, lembranças ou sobre o futuro. O jantar foi uma macarronada acompanhada de um vinho sul africano. De pano de fundo o céu que ficava cada vez mais estrelado com o cair da noite.

Tava bonito e gostoso!

Ai ai, aquele céu!

Lavamos a louça e fomos para a barraca. Havíamos visto alguns dias antes (internet móvel a cada 2 ou 3 dias, quando estávamos perto dos pontos mais turísticos) que haveria naquela noite uma chuva de meteoros. Deitamos com a cabeça para fora da barraca observando o maravilhoso céu estrelado da Namíbia. Para quem já foi ao Atacama, é como lá. Simplesmente incrível. Acabamos caindo no sono antes de ver a chuva de meteoros. O Yu acordou de madrugada e chegou a ver alguns. Não sem antes me dar um susto porque entrou um morcego na barraca e ele tava tentando expulsar.

O ponto brilhante de baixo era Mercúrio e o de cima, Vênus.

Pela manhã

Acordamos um pouco antes do crepúsculo. Nos trocamos e fizemos uma pequena trilha sobre as rochas para ver o sol nascer.

As rochas ficam ainda mais lindas com a luz do nascer e do pôr do sol. Um tom alaranjado, às vezes avermelhado, incomparável.

Retornamos, tomamos café da manhã, sempre conversando, às vezes observando um ao outro, outras aquela paisagem maravilhosa, desmontamos o acampamento e fomos explorar o parque antes de continuar nossa viagem até Walvis Bay, já no litoral.

O que fazer em Spitzkoppe?

– Assistir o nascer e o pôr do sol;

– Excelente ponto para observação de estrelas, face ao ar seco e à ausência de iluminação e poluição. É possível observa-las desde o horizonte!

– Escalar – Muitos alpinistas são atraídos por escaladas com diferentes níveis de dificuldade;

– Trilhas – Spitzkoppe é conhecido por conter pelo menos 37 sítios de arte rupestre. Estes sítios só podem ser visitados com guias, devido à sua vulnerabilidade, já que muitos deles foram perdidos face ao vandalismo.

São oferecidas 3 rotas guiadas (pagas à parte): Pontok Route, com duração de cerca de 4h30; Matterhorn Route com duração entre 6 e 8h e Bushman Circle Route, com duração aproximada de 7 h;

– Observação de aves;

Olha o Zazu!

– Curtir uma piscina natural em meio às rochas. Infelizmente essa não pudemos experimentar, pois quando visitamos o país ele passava por uma severa crise hídrica. Nem mesmo os grandes rios, como o Fisher, escaparam. Quase todos completamente secos;

Completamente vazia…

– Dirigir sem rumo pelo parque!

Para maiores informações das atividades oferecidas e sobre o camping, visite o site oficial.

Quanto tempo ficar?

Se não for escalar ou fazer nenhuma das trilhas guiadas, um fim de tarde mais uma noite e uma manhã são mais do que suficientes para aproveitar o lugar.

A diária no camping inclui o ingresso do parque. Caso você não consiga acampar lá, há opção de ingressos para day visitors. Neste caso, meio período é suficiente.

Mas qual a relação disso tudo com o Dia dos Namorados?

Vocês lembram que eu disse que o melhor presente não tem preço? Então, esse presente é você oferecer o seu tempo e a sua atenção à pessoa amada.

Em tempos em que tudo acontece muito rápido, tudo é muito competitivo e medido em cifrões, ao oferecer algo aparentemente sem valor, no entanto nem sempre disponível, pode tornar aquele momento inesquecível e inestimável.

Tente se desconectar de tudo por algumas horas. Desligue todos os eletrônicos, o celular, a internet, pare de tirar fotos. Prepare (ou peça, caso não sabia cozinhar) uma comidinha especial para aquele momento – se quiser ideias, lá nos destaques do meu Instagram tem receitas bem fáceis de fazer! Monte um acampamento na sala, na varanda, no jardim ou no quintal, ou só coloque um colchão e jogue umas almofadas!

Pare, respire e aprecie o pôr do sol, as estrelas, quem sabe o nascer do sol.

Converse sobre vocês, sobre banalidades. Façam planos. Aproveitem da melhor forma aquele momento só de vocês, sem interrupções.

No dia seguinte finalize a experiência com um café da manhã bem gostoso e percebam a diferença que algumas horinhas desconectados de todo o resto os reconectou como casal, como amigos, com companheiros, como parceiros na vida.

Faça isso em datas especiais ou em um dia qualquer, só porque é muito gostoso e porque fortalece o relacionamento! É de graça!

Blogagem Coletiva

Este texto faz parte de um blogagem coletiva com o tema “Dia dos Namorados”. Mais opções, só clicar nos links abaixo dos demais blogs participantes:

33 Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: