Alto Montanha – Dia 4 Road Trip Mendoza
01/06/2018 Sexta – Passeio Alto Montanha
Já acordei com abstinência, pois hoje não teria uma gota de álcool no dia! O roteiro era ir até a fronteira do Chile e voltar, o passeio todo, ida e volta, deu cerca de 450 km, conhecido como Tour Alto Montanha vendido pelas agências.
O dia estava lindo, foi a primeira vez que vimos sol de verdade, sem nuvens. O dia perfeito: muito frio com céu azul!
O caminho para variar, lindo! Por muito tempo parreiras que foram então substituídas pelas montanhas, ainda com pouca neve acumulada nos picos. A estrada da rota 7 tem um bom asfalto, mas tem muita curva, muito caminhão (rota que liga Chile e Argentina) e pode ficar perigosa com muita neve. Ah, postos de combustível são raros, encha o tanque em Mendoza ou em Uspallata.
Não muito diferente das condições que pegamos na nossa road trip pelo Noroeste Argentino!
Represa Potrerillos
Primeira parada foi na represa Potrerillos, um grande lago entre as montanhas. Lá se praticam vários esportes, como rafting, SUP, caiaque e também há trilhas. Se quiser, dá para chegar até a água, mas nos contentamos com as fotos e vídeos do alto do morro. Linda vista!
Uspallata
Depois seguimos viagem, parando somente em Uspallata para fazer um xixi e continuar viagem. As agências costumam parar nessa cidadezinha para um lanchinho, aluguel de roupas e equipamentos de neve. Como eu já havia verificado que as pistas das estações de esqui ainda não estavam abertas, não alugamos nada. Vimos uma dúzia de turistas alugando equipamentos mesmo assim (a maioria esquibunda).
Ponte Picheuta
A próxima parada foi na Ponte Picheuta, usada em 1817 pelo exército comandado pelo General San Martin para transpor o Rio Picheuta. Hoje em dia, com a mudança do curso do rio, a ponte é somente um lugar histórico nacional. Fica próximo à estrada, bem sinalizada, mas precisa desviar um pouquinho o caminho para chegar nela.
A paisagem tava especialmente linda, o rio estava começando a congelar, aquele céu azul e as montanhas. E melhor, o lugar era todo nosso. Mais uma vez, fotinhos, vídeos e até fizemos amizade com um pássaro!
Aí já era quase meio dia, estávamos famintos e ainda tinham uns 60 km pela frente para o local que marcamos de almoçar.
Decidimos parar nos outros pontos só depois do almoço. E assim continuamos viagem quando de repente a paisagem se transformou de verde e marrom, para branca!!! Meu, tinha muuuuuuuuita neve acumulada da noite anterior, aquela que eu vi cair no meu aniversário.
Não tem coisa melhor que ganhar um presente de aniversário inesperado!
No entanto, já haviam limpado a estrada, então tava muito tranquilo dirigir. Desde que pegamos a estrada em Mendoza, a temperatura não ficou acima do zero grau, mas a partir deste ponto estava especialmente frio, variando entre -5 e -10ºC!!!! Estávamos bem agasalhados e só sentíamos frio quando tínhamos que tirar as luvas para mexer no celular (o touch das luvas não dura muito tempo… preciso urgente de uma luva decente).
Almoço quase no Chile!
Por volta de 13h30-14h chegamos no restaurante. Ele fica bem em frente à aduana Argentina e não peguei o nome dele de novo. Nós almoçamos lá pela primeira vez quando fizemos o passeio para o Parque Aconcágua saindo de Santiago.
Rolamos!! É um restaurante bem simples, familiar, mas com aquela comida caseira gostosa e barata. Pedimos novamente nosso bifão de chorizo com batata frita (que poderia estar um pouquinho menos passado) e o flan com doce de leite. Comfort food!! O valor do almoço foi 450 pesos, sem vinho, achamos melhor não arriscar numa estrada tão cheia de caminhões e curvas.
Tava nos planos, depois do almoço, subir até o Cristo Redentor de los Andes, um monumento para comemorar o fim do conflito em relação aos limites argentino e chileno, que fica bem na fronteira entre os dois. No entanto, por ser uma estrada de terra, com muita curva e perigosa, eles a fecham durante o inverno.
De pança cheia começamos a voltar. Paramos num ponto com uma paisagem linda para tirar umas fotos e voar de drone. Foi quando sentimos na pele a quantidade de neve que tinha. Ao pisar fora da pista, quase fui engolida pela neve!!! Tava tão fofinha! Como a temperatura estava abaixo de zero, ela não derrete e fica toda em floquinhos, demora mais para ficar compactada até virar gelo.
Parque do Aconcágua
Depois fomos ao parque do Aconcágua, que diferença para a primeira vez! Desta vez não permitiram a gente fazer a trilha da laguna Horcones, de cerca de 2km, devido à neve acumulada e por não estarmos com equipamento adequado para isso (raquete, bastão de trilha etc). Mas tem uma mini trilha que dá para ver o suprassumo da América do Sul! A primeira trilha é paga, custa 40 pesos, e a segunda é gratuita. O dia estava incrivelmente lindo e desta vez deu para ver o pico do Aconcágua.
Puente del Inca
Depois seguimos para a famosa Puente del Inca, uma ponte natural sobre o rio Caves. Sua coloração se deve às águas termais, ricas em enxofre.
Outra coisa interessante no local são as ruínas de um hotel/spa construído em 1925, destruído por uma avalanche em 1965, mas a igrejinha ficou intacta!
No entorno há umas hospedagens, restaurantes e feirinha de artesanato. Achei muito abarrotado de gente, tirou um pouco o charme do lugar. Mas lógico que é parada obrigatória.
Los Penitentes
Brincamos mais um pouco na neve fofa e partimos para o último ponto, a estação de esqui Los Penitentes (cada vez que falávamos isso ríamos da cacofonia idiota).
Antes de viajarmos, entrei em contato com essa estação de esqui e com a Los Puquios para saber se as pistas estariam abertas durante nossa viagem. Infelizmente ainda não tinham nem previsão do começo da temporada 2018.
Queríamos tanto ter feito aulas de snowboard. Vi os preços da temporada passada e ia sair cerca de 500 pesos a hora aula para nós dois. Tão barato perto do Chile e Espanha… mas também no Chile tava fora de temporada e na Espanha não nevou suficiente naquele inverno, tanto que estavam usando neve artificial (fomos no meio do inverno…). Eita atividade encantada. Um dia a gente consegue!
Pensamos em subir no teleférico, que li que a vista era bem bonita. Mas já eram quase 17h, no alto da montanha tava sem sol, devia estar frio absurdo (onde nós estávamos, com sol, tava marcando -10ºC, imagina lá em cima sem sol). Além disso, teríamos pouco tempo para aproveitar e mais o preço, se não me engano era 220 pesos, mas certeza que era algo entre 200 e 300 pesos por pessoa, que desistimos. Ficamos passeando lá na base, brincamos de drone até quase o sol se pôr e a barra da calça congelar!
Era hora de voltar, quase 2h30 de viagem e ainda tínhamos a missão de fazer caber 20 garrafas de vinho na mala sem ultrapassar o peso e com segurança!
Confirmei com a Mary (dona do ap) sobre levar garrafas na mala de mão e dessa forma conseguimos montar as malas. Fomos dormir quase meia noite, mas tinha valido cada segundo. Em casa a gente dorme!
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