Bichinho, Minas Gerais – o povoado do artesanato
Uma dobradinha clássica em Minas Gerais é Tiradentes e Bichinho. Separadas por apenas 7 km de distância, dá para unir facilmente a linda cidade histórica com o pequeno povoado.
Visitamos Bichinho durante nossa road trip pelas cidades históricas de Minas Gerais.
O nome oficial do povoado de Bichinho é Vitoriano Veloso, no município de Prados, Minas Gerais. A região teve bastante importância histórica no século XVIII, no auge do ciclo do ouro. Atualmente destaca-se pelo artesanato.
Seu nome é em homenagem ao ex escravo alforriado, alfaiate e inconfidente Vitoriano Gonçalves Veloso, o qual tinha o apelido “Bichinho”! Então, nada melhor para um apelido de povoado que o apelido do próprio homenageado!
Placas resumindo o fim de Bichinho
Como chegar a Bichinho
De carro não tem erro, só seguir pela Rua dos Inconfidentes! A estrada que liga Tiradentes e Bichinho é quase toda com calçamento de pedras e um pequeno trecho em terra, porém em boas condições. Vá devagar e aproveite a vista!
De ônibus, pela internet há algumas informações desencontradas, ora dizendo que esse trecho é operado pela Viação Vale do Ouro, ora que a linha não está mais em circulação. Enfim, confirme com sua hospedagem.
Ainda assim, mesmo que não tenha mais esta opção, você pode ir de taxi ou com agências de viagem.
Vale a pena se hospedar em Bichinho?
Bichinho pode ser uma excelente alternativa para a alta temporada em Tiradentes, quando as opções podem estar esgotadas na cidade vizinha.
Aqui você encontrará pousadas aconchegantes, simples, algumas delas com sua loja própria de artesanato, ideais para quem busca sossego. Prepare-se para saborear aqueles cafés da manhã bem mineiros. Para não querer sair da mesa!
O que fazer em Bichinho, Minas Gerais
Alambiques
A região de Bichinho é bastante favorável à produção de Cachaças Artesanais graças à altitude e à amplitude térmica, condições excelentes para a plantação da cana-de-açúcar.
Atualmente, Bichinho possui três alambiques que produzem a autêntica cachaça de Minas Gerais. São eles: Tabaroa, Mazuma e Velho Ferreira.
Nós visitamos o Velho Ferreira, que produz uma das mais tradicionais cachaças do estado. Fizemos uma curta visita guiada em que nos mostraram todo o processo de produção e armazenamento.
Por fim, pudemos degustar alguns rótulos que impressionaram pela qualidade, aromas e sabores diferenciados, mesmo para quem não tem o hábito de tomar cachaça.
O Velho Ferreira utiliza tonéis de diferentes árvores para envelhecer suas cachaças, criando bebidas únicas. Eu que não gosto de cachaça, me surpreendi!
Trouxemos duas garrafas, uma tradicional, repousada em carvalho, e a outra em tonel de Jequitibá Rosa. Uma cachaça clara de aroma fantástico!
Além disso, o local oferece degustação de licores, queijos e doces locais. Aberto de segunda a sábado das 9 às 17h e domingo das 10 às 15h.
A Mazuma fecha às quartas. Nos demais dias está aberta das 9h30 às 17h, com exceção dos domingos, quando funciona das 10 às 14h. Além disso, oferece visitas guiadas todos os dias (exceto quartas) às 10h30 ao custo de R$ 20,00.
Já na Tabaroa você pode degustar e comprar no bar/lojinha que fica bem em frente à Casa Torta.
Ateliês, oficinas e lojas de artesanato e móveis em madeira.
Surpreendentemente, foi somente em 1991, com a chegada dos irmãos Antônio Carlos Bech (Toti) e Sônia Bech Vitaliano, que Bichinho se transformou. Os irmãos passaram a ensinar aos artesões locais a criar objetos de arte, sempre com preocupação ecológica e comunitária.
Logo após surgiu a Oficina de Agosto, primeiro ateliê instalado no povoado, que incentivou o surgimento de outros espaços semelhantes, tornando Bichinho referência no artesanato de qualidade.
A Oficina de Agosto reúne pinturas e peças de diversos artesãos locais, produzidas com materiais reciclados como material de demolição, madeira, ferro e latas. Funciona de segunda a sábado das 10 às 18h.
Casa Torta
Sem dúvida este deve ter sido o primeiro lugar que lhe veio à mente quando pensou em Bichinho, que acabou se tornando cartão postal deste povoado de Minas Gerais.
A Casa Torta foi idealizada pelo casal Lu Gatelli e Renato Maia com o intuito de estimular a imaginação e a criatividade através de diversas atividades.
No local funcionam um café, um bistrô, um teatro e uma lojinha.
Fechado às terças. Sábados e Feriados, aberto das 10 às 17h, demais dias das 10 às 16h. Ingressos: R$ 40,00.
Igreja de Nossa Senhora da Penha
Sua construção iniciou-se em 1732 e foi finalizada em 1771. Apesar do exterior simples, seu interior em estilo rococó é rico em detalhes. Em 1949, a igreja foi tombada pelo Iphan.
Infelizmente estava fechada quando fomos. No entanto, ao estudar para escrever este texto, li que a chave fica com os moradores. Então, era só sair perguntando quem poderia abrir a igreja para podermos visita-la!
Museu do Automóvel
Inaugurado em 2006, é um museu particular de carros antigos. São cerca de 70 veículos de diversas nacionalidades, adquiridos e restaurados pelo dono Rodrigo Cerqueira Moura desde 1976.
Funciona todos os dias das 9 às 18h. Ingressos: R$ 20,00.
Ruas e construções
Caminhe por suas ruas de pedras (são poucas!), observando as edificações, muitas delas de tijolos adobe (mistura de terra, água e palha), um processo totalmente artesanal de construção.
Tudo remete à época da formação do povoado no início do século XVIII.
Restaurante Tempero da Ângela
Taí um lugar onde eu queria muito ter comido. Bastante recomendado por blogs e bem-conceituado no TripAdvisor e Google.
O local funciona no estilo self service com buffet de comida típica mineira feita em fogão à lenha.
O valor é fixo e estão incluídos sobremesa e cafezinho. Chegue cedo para evitar a fila de espera.
Aberto somente para o almoço.
Doces do Bichinho
Um casal de amigos mineiros (acompanhe as dicas do Fabiano e do Héctor no instagram Uaijando) nos recomendou este lugar. Ainda bem! Ele passaria despercebido.
Localizado pertinho do restaurante Tempero da Ângela, fica aos fundos de uma casa.
Lá são vendidos diversos doces caseiros, sem conservantes. Dentre eles um doce de leite que leva muito menos açúcar que os tradicionais, tornando-o muito mais saboroso, ao menos para o meu paladar!
Aliás, é possível degustar alguns dos doces antes de comprar!
Dicas úteis
Leve dinheiro. Muitos lugares não aceitam cartão, principalmente porque o sinal de internet é ruim.
Não faça como a gente. Deixe para chegar em Bichinho mais perto da hora do almoço. Almoce assim que chegar e depois aproveite a tarde para bater perna!
Chegamos cedo, por volta das 9h30, e encontramos quase tudo fechado. Além disso, era uma segunda feira, quando muita coisa já não abre. Por isso, nossa passagem pelo povoado acabou sendo mais curta do que havíamos planejado.
Como resultado, acabamos não almoçando no Tempero da Ângela. Nos arrependemos amargamente porque, além de não ter comido lá, quando chegamos em Tiradentes não tinha nada aberto para almoçarmos… Vacilamos.
Já tem Roteiro por Tiradentes aqui no blog!
2 Comentários
LUIS CLAUDIO
Conteúdo maravilhoso sobre a localidade. Muito bom.
Em maio a Cachaça Velho Ferreira inaugurou uma nova loja que sem dúvida é uma das mais bonitas do Brasil.
barbaracortat
Fico feliz que tenha gostado, Luis!
Ah é??? Bom saber, vamos voltar para conhecer essa novidade!