Roteiro quase de graça por Miami e Miami Beach

Um roteiro por Miami e Miami Beach quase de graça? Como isso é possível?

Para nossa sorte, estas duas cidades oferecem muitas opções de passeios e transporte público gratuitos. Assim, com um pouco de disposição é possível manter o orçamento e se divertir muito nestas duas cidades, que são bem caras nos quesitos hospedagem e alimentação.

Alugar carro em Miami e Miami Beach não é a melhor opção

A não ser que você esteja num grupo de 4 pessoas e/ou com crianças e idosos, não recomendo alugar um carro para se deslocar somente entre essas duas cidades. Isso porque você vai gastar uns bons dólares só com estacionamento, que não é barato.

Agora se o seu roteiro incluir locais fora de Miami, como o que fizemos pelo oeste e sul da Flórida, aí vale a pena, mas deixe para alugar antes ou depois dos seus dias pelas cidades.

Transporte Público de graça em Miami e Miami Beach!

Ok, o transporte público de Miami não é o melhor do mundo, já que você terá que fazer algumas baldeações para chegar nos pontos de interesse, mas a vantagem é que há opções de graça!

O transporte público de Miami é composto por:

• Metrobus –  ônibus. Pagos em espécie e no valor certo, pois não dão troco. Entrada pela frente do ônibus. Saída pela frente ou por trás.
• Metrorail – trem de superfície. Você pode comprar o ticket nas máquinas de autoatendimento.
• Metromover – é como o monotrilho aqui de São Paulo. Ele circula somente por Downtown Miami e Brickell, e é de graça!
• Trolley – tem cara de bondinho, mas é um ônibus! Ele tem rotas e paradas pré-definidas que passam pelos pontos turísticos de Miami e Miami Beach, ou bem próximos, e também são de graça!

Trolley de Miami, Miami Beach e Metromover, respectivamente.

Passes para usar no transporte público

O Easy Card é tipo um bilhete único. Você paga pelo cartão (em 07/2023 ele está U$2,00) e carrega com crédito (mínimo U$10,00). Essa modalidade é mais utilizada pelos locais.

Há também algumas opções de passes (easy ticket) que podem valer mais a pena para nós turistas, que são de 1 dia (U$5,65), 7 dias (U$29,25) ou 1 mês (U$112,50).

Ambas as modalidade são válidas tanto em Miami como em Miami Beach, para o ônibus e para o metrô. Ah! Quem optar pelo Easy Card, há descontos para baldeação.

Para saber onde comprar, clique aqui!

Hospedagem de graça não rola, mas é possível conseguir boas opções em Miami!

Se hospedar próximo ao centro de Miami ou Miami Beach não é para todos. Os valores são bem altos, tanto quanto em Nova York. Então o jeito é abrir mão da localização central e adicionar uns minutinhos a mais no deslocamento.

Sei que a maioria deve estar cansada de saber isso, mas sempre busque por hospedagens próximas a pontos de ônibus ou estações de metrô para facilitar seu deslocamento, assim como de opções de locais para comer e mercados.

Após muita pesquisa optamos por um Airbnb em Coral Way, um pouco ao sul do centro de Miami, cerca de 15-20 minutos de ônibus. Estávamos em um bairro residencial, tranquilo, a um quarteirão de um ponto de trolley/ônibus e de um mercado.

Pagamos por duas noites o equivalente a uma diária no centro. Nossa suíte era espaçosa, com streamings liberados, geladeira com garrafas de água incluídas (apesar que nos EUA a gente só bebe água da torneira, mas é legal ter esse mimo!), e micro-ondas. Excelente custo-benefício.

Comer de graça em Miami também não rola, mas dá para economizar!

O que fazer em Miami e Miami Beach de graça, ou quase!

Por que quase? Porque tivemos que comprar dois bilhetes diários para fazer o trecho Miami- Miami Beach, pois não havia nenhuma opção de transporte público gratuito que fizesse essa rota.

“Mas Barbara, porque você não pagou a passagem simples? Sairia U$1,15 mais barato!” Sim, concordo. Na teoria a gente precisaria somente de um bilhete de ida e um de volta entre Miami e Miami Beach e os demais deslocamentos seriam feitos com transporte público de graça.

No entanto, o trolley que nos deixava quase na porta do airbnb só funcionava até às 20h e como a gente provavelmente veria o pôr do sol, que em junho acontecia depois desse horário, para não correr o risco de ficar sem o trolley e ter que pagar uma terceira passagem, ficaria mais barato pegar o bilhete diário. Neste caso a terceira passagem sairia por U$1,15 e não U$2,25.

Assim, estude sua programação, verifique os horários e rotas dos transportes públicos gratuitos, para saber se você precisará ou não comprar um passe de transporte. De dólar em dólar dá uma grande economia no final!

Na prática tínhamos 2 dias e meio para as duas cidades. Destes, 1 e meio visitamos atrações em Miami e 1 visitamos Miami Beach.

Dia 1 – Wynwood e Brickell

Antes, uma pequena observação:

Nós chegamos em Miami vindos de um cruzeiro. O porto é bem central, em frente a Downtown Miami.

A linha de trolley que passa em frente ao nosso Airbnb também passa em frente ao porto. No entanto, lá no porto nós estávamos distantes do ponto do trolley, cerca de 2km, e não estávamos com disposição de caminhar com malas até lá embaixo de um sol e calor de mais de 30°C. Por este motivo, aliado à enorme preguiça que um cruzeiro cultiva em você, optamos por pegar um Uber direto para o Airbnb.

A corrida não foi barata, mas também não foi tão cara, cerca de U$20,00. Quando a gente está com malas, a opção de transporte público nem sempre é a melhor, principalmente quando há trechos muito longos de caminhada e/ou muitas baldeações, como no caso para irmos do Airbnb para o aeroporto, que também optamos em ir de Uber.

Certas economias não valem o trabalho e nem o tempo gasto! Sou mão de vaca, mas nem tanto! Tempo também é dinheiro!

Wynwood

Após deixarmos nossas coisas no Airbnb, nossa primeira parada foi em Wynwood, o bairro de Miami conhecido por seus grafites.

Graças a Tony Goldman, um bairro antes cheio de depósitos e galpões hoje é considerado uma das maiores instalações de arte de rua do mundo. Com o tempo muitas galerias de arte, antiquários, lojas e restaurantes foram se instalando por lá.

Chegamos utilizando somente os trolleys gratuitos!

A atração mais famosa do bairro são as Wynwood Walls, até pouco tempo atrás gratuita e atualmente custando U$12,00, mais taxas, para entrar. Não só eu, como locais acharam isso um absurdo, já que este bairro de Miami é uma grande galeria a céu aberto que se pode conhecer de graça.

Caminhamos pelas ruas, entramos em algumas lojas até que o mundo caiu e por este motivo acabamos explorando menos do que gostaríamos.

Olha a cor do céu quando chegamos e com a chuva chegando!

Brickell

Aproveitamos uma brecha na chuva e corremos para o trolley para voltar para Downtown Miami, mas no meio do caminho a chuva voltou a cair com tudo e tivemos que mudar novamente nossos planos. Pegamos o metromover até o shopping Brickell City Center onde deixei meus rins na Apple Store.

Nesse meio tempo a chuva parou de vez e fomos caminhar por Brickell.

Passamos em meio aos arranha-céus e caminhamos pela River Walk Trail, onde moram os ricos e milionários e seus iates, antes de voltarmos para nosso Airbnb pouco antes do pôr do sol que não rolou naquele dia.

Dia 2 – Miami Beach

Fomos de trolley e metromover até a Government Center Station, onde compramos o passe diário.

Pegamos então o ônibus até Miami Beach, iniciando nosso roteiro na cidade pelo Jardim Botânico, atração gratuita, pequena e agradável, especialmente naquele dia que tinha um sol para cada um! Lá tem banheiro e bebedouro gratuitos.

O resto do dia caminhamos, ou melhor, rastejamos (tava muito quente mesmo esse dia) entre vários pontos de Miami Beach. Dentre eles:

• Collins Park – onde há algumas esculturas ao ar livre;
• Miami Beach Boardwalk – um calçadão de madeira com ciclovia, duchas, bebedouros, banheiros gratuitos. Adorei a estrutura de praia de Miami Beach.

Aqui fizemos uma parada para o almoço. Compramos sanduíches, uma salada e uma água com gás numa Walgreen próxima e sentamos ali no calçadão, vendo a vida passar. Presenciamos até a prisão de um noia que tava fazendo premonições de ataques terroristas e acabou tretando com os policiais que o abordaram!!

• Soundscape Park – parque onde costumam ocorrer eventos culturais.
• Lincoln Road – famoso shopping a céu aberto em uma rua peatonal de Miami Beach. Não chegamos a caminhar muito por ela pois já tínhamos comprado tudo que precisávamos, mas tem uma variedade enorme de lojas.
• Washington Ave – avenida principal de Miami Beach.
• Española Way – uma pequena rua peatonal com vários restaurantes e temática latina.

Lummus Park e Ocean Drive – beirando a praia, um parque bem agradável onde paramos para recuperar um pouco as forças, tomar um sorvete e observar os edifícios em Art Déco da Ocean Drive.

Então essa é a South Beach?!

• South Beach – praia mais famosa de Miami Beach.
• Lifeguard Towers – tem uma dessas casinhas de salva vidas a cada quarteirão de Miami Beach, mas a mais famosa é da 3th street, em South Beach. Cada uma tem um arquitetura e cor diferente. São muito fofas!

• South Pointe Park e South Pointe Park Pier – parque e píer localizados no extremo sul de South Beach. Tem uma vista bonita da orla e dos edifícios, banheiros, calçadão, gramado, um lugar bem gostoso para curtir o fim do dia.

Até os doguinhos têm casinha de salva vidas no South Pinte Park!!

Pegamos o troller gratuito até perto da ponte que liga Miami Beach a Miami e de lá pegamos o busão de volta, que pagamos com o passe diário que havíamos comprado mais cedo.

Já ouviu falar dos lockers da Amazon?

Descemos novamente em Brickell, pois havíamos feito uma compra na Amazon para retirar num locker (a entrega era bem mais rápida por este sistema e uma mão na roda, pois há vários lockers espalhados pela cidade. Algum estará no seu caminho!).

Como já havíamos imaginado, chegamos no ponto do trolley depois das 20h. Ainda bem que comprarmos o passe diário, economizando com o terceiro busão até nosso Airbnb!

Dia 3 – Little Havana e Downtown Miami

Nosso voo para o Brasil saía somente às 19h, então tínhamos bastante tempo até termos que ir ao aeroporto. Arrumamos as malas, deixamos no airbnb e pegamos novamente o trolley gratuito até Little Havana.

Calle Ocho – coração de Little Havana

Caminhamos por num trecho da Calle Ocho, mas o burburinho mesmo tá concentrado mais ou menos entre a 16th e 14th streets.

Não conseguimos curtir muito o clima de Little Havana por dois motivos:

• A vida ali só começa depois do almoço, chegamos por volta das 11h. Ainda não tinha muita coisa aberta, poucos lugares tocando música. Então fica a dica: deixe para visitar Little Havana mais para o meio da tarde, começo de noite.
• Estava muito mais quente que no dia anterior, a gente não se aguentava. Para vocês terem noção, eu super queria experimentar os sanduíches cubanos, mas tava enjoada de tanto calor que sentia.

Gente, viajar para a Flórida nesta época do ano não é para os fracos!

Downtown Miami

Voltamos para o centro de Miami novamente de trolley e caminhamos pelo:

• Bayfront Park – um parque bem arborizado à beira mar, com banheiros gratuitos e bebedouros, onde fizemos uma parada para comer um lanchinho.
• Bayside Marketplace – aqui fica a roda gigante de Miami e uma infinidade de opções de restaurantes. Tava bem animado quando passamos por lá.

Ainda deu tempo de passar por mais uma Ross (consumismo que fala, né?!) antes de pegarmos o trolley de volta ao airbnb para pegarmos nossas malas e partirmos para o aeroporto de Uber.

Como vocês puderam perceber, dá para fazer bastante coisa em Miami de graça ou gastando muito pouco. Lógico que não faltam opções pagas de museus, galerias de artes e outras atrações, mas a gente tava mais na pegada de atividades ao ar livre mesmo, sem filas e horários, só caminhar e curtir a vibe local!