Roteiro de 6 dias pela Chapada dos Veadeiros
Com uma promoção de passagens aéreas para Brasília e uma rápida pesquisa para montar o roteiro, em menos de um mês fomos parar na incrível e maravilhosa Chapada dos Veadeiros.
A ideia antiga era sair de carro e carretinha de São Paulo para fazer essa viagem. Mas como a gente só tinha 6 dias disponíveis, tivemos que postergar por mais uma vez essa ideia.
Única coisa que é fato é que voltaremos, não só porque ainda tem muita coisa para conhecer, mas também porque superou demais nossas expectativas. Sem dúvidas foi uma das melhores viagens nacionais que fizemos até hoje.
Como ir para a Chapada dos Veadeiros
Brasília é a capital mais próxima. A viagem de carro leva cerca de 2h30-3h.
A estrada está em boas condições e não há pedágios. Contudo ela é todinha faixa única com duplo sentido de veículos, então muito cuidado nas ultrapassagens.
Como organizar um roteiro para a chapada dos veadeiros.
Sem carro não rola!
As atrações são bem distantes uma das outras, então você vai precisar alugar um carro para se locomover.
Não precisa ser um carro 4×4, mas ajuda bastante pegar um carro mais alto, para que os trechos de terra sejam mais confortáveis.
Precisa de guia?
Ao menos as trilhas que fizemos não sentimos falta em nenhum momento de guia. Contudo, vale lembrar que temos experiência em hiking. Para quem não tem, talvez seja uma boa para te dar mais segurança.
Onde fazer base
Engana-se quem acha que só tem atração em Alto Paraíso de Goiás e Cavalcante. A Chapada estende-se pela área que compreende além desses dois municípios também Teresina de Goiás, Nova Roma e São João d’Aliança.
É uma quantidade enorme de atrações para conhecer, tornando a tarefa de montar um roteiro para chapada dos veadeiros bem complicada!!!
Assim, recomendo que você escolha aquelas cachoeiras que mais te agradarem e fixe base na região mais próxima. Evite bate e volta, já que algumas atrações têm acesso por estradas de terra, que tornam o deslocamento longo e cansativo.
Pousada Mirante Serrano
No roteiro da nossa primeira vez na Chapada dos Veadeiros decidimos fixar base em Alto Paraíso de Goiás. Para tal escolhemos a Pousada Mirante Serrano. Ela fica a cerca de 15 km do centro de Alto Paraíso, na estrada que liga a cidade à Vila de São Jorge.
A Pousada fica no meio do nada, ao pé da estrada, com vista para o Morro da Baleia, quartos de bom tamanho e confortáveis, além de um camping com ótima estrutura. O café da manhã para quem fica nos quartos está incluído na diária, já para os campistas é pago à parte.
Fomos recebidos pela Juh e o José, casal que estava cuidando da pousada enquanto os donos viajavam, que fizeram da nossa experiência por lá ainda mais bárbara! Os dois são uns amores e nos receberam como se fossemos amigos de longa data.
Atualmente os dois já não fazem mais parte do quadro da pousada, assim não posso dizer se a experiência será bárbara como foi a nossa, pois eles realmente eram o brilho do local.
Quantas atrações visitar por dia?
Boa parte das atrações é para passar o dia, já que em geral possuem mais de um queda e/ou poço para visitar ao longo da trilha.
Além disso, um roteiro pela Chapada dos Veadeiros não é barato. Somente uma das cachoeiras que vistamos foi de graça, mas só porque está fora da rota turística. As demais, a mais barata custou R$40,00. Então a gente fez valer cada centavo, aproveitando cada segundo!
No entanto, dependendo da atração até dá para visitar uma pela manhã e outra pela tarde, mas não recomendo, especialmente se você não quiser acordar muito cedo todos os dias, já que temos que levar em consideração o tempo de deslocamento. Em média a gente levava 1h para chegar a cada atração.
Quantos dias devo reservar para a Chapada dos Veadeiros?
Considere ao menos 4 dias se não morar no DF ou Goiás. Só o deslocamento entre Brasília e sua base na Chapada já vai te tirar meio dia na ida e meio dia na volta. Logo, na prática, você terá só 2 dias e meio para curtir a região.
Já quem mora mais perto e pode visitar mais vezes ao ano, um fim de semana sempre é uma boa ideia!
Quando ir
A Chapada dos Veadeiros tem basicamente duas épocas: de cheia e de seca.
A época de cheias vai de novembro a abril, quando chove bastante e há riscos constantes de cabeças d’agua. As cachoeiras ficam mais cheias e bonitas, outras aparecem somente nesta época, mas os poços estão mais turvos e muitas vezes proibidos de entrar.
Já na época de seca, de maio a outubro, muitas cachoeiras podem simplesmente desaparecer, ficarem mais ralinhas, mas o risco de cabeça d’agua é praticamente nulo e os poços estão cristalinos. A umidade do ar fica bem baixa e fazer as trilhas embaixo de sol fica mais penoso.
Serão duas paisagens bem diferentes, cada uma com sua beleza. Acredito que os melhores meses sejam maio e junho, quando as chuvas são raras, mas as cachoeiras ainda não secaram completamente.
Nosso roteiro de 6 dias pela Chapada dos Veadeiros
Dia 1 – Deslocamento Brasília – Alto Paraíso de Goiás e Mirante da Janela
Nós chegamos em Brasília na noite anterior e nos hospedamos na casa de uma amiga. Contudo, é possível fazer esse roteiro para a Chapada dos Veadeiros se você chegar em Brasília até umas 8h.
Nós já havíamos retirado o carro na noite anterior também, que nos permitiu pegar a estrada por volta das 9h-9h30. Tomamos um café da manhã reforçado e preparamos lanchinhos para o dia, para não perder tempo almoçando.
Iniciamos a trilha do Mirante da Janela por volta das 13h30 e a estávamos de volta ao carro cerca de 17h30.
Fizemos check in na pousada, tomamos banho e fomos jantar um PF lá no centro, no Brocas Lanches. Comida boa, preço justo, serviço lento.
Post completo sobre a trilha do Mirante da Janela.
Dia 2 – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Acordamos às 7h, tomamos um café da manhã reforçado, preparamos nossos lanches para o dia e pegamos estrada para o Parque por volta das 9h.
Chegamos lá por volta de 9h40 e saímos com o parque quase fechando, por volta das 18h.
Escolhemos fazer a Trilha dos Saltos, que passamos pelas cachoeiras que vemos do Mirante da Janela, com 11km de extensão, ida e volta. São 4 pontos de parada, 3 deles é permitido o banho na época de seca.
Voltamos para a pousada, tomamos banho e fomos jantar no centro de Alto Paraíso, desta vez no Zen Bar.
Naquela noite rolava música ao vivo (era uma sexta) e tava bem cheio. Achamos que por este motivo o serviço estava lento, mas ao menos a comida era boa, prato bem servido e com preço justo.
Post completo sobre a Trilha dos Saltos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Dia 3 – Cachoeira do Segredo
Seguimos a mesma rotina matinal do dia anterior e pegamos estrada por volta das 9h-9h30.
Iniciamos a trilha por volta 10h e finalizamos umas 16h. A gente não se atentou ao horário que o sol batia nos dois poços cristalinos e esverdeados que têm antes da Cachoeira do Segredo e acabamos parando neles só quando já quase não batia sol.
Considerando que somente no verão há chance de bater um solzinho na Cachoeira do Segredo, deixe para visitá-la por último.
Na volta para a pousada, paramos no famoso Jardim da Maytrea para curtir o fim do dia. Não há muitas vagas para estacionar, mas também não tem muito o que fazer por ali, então a rotatividade é alta. Decidimos curtir o pôr do sol da pousada mesmo, que por sinal foi belíssimo!
Nesta noite fomos jantar no supervalorizado Santo Cerrado Risoteria, na Vila de São Jorge. Um risoto para dividir e duas águas com gás saíram por quase 220 reais. Pior que ainda ficamos com fome, a ponto de parar numa tia que vendia salgadinhos.
Os risotos de lá são gostosinhos, mas nada espetacular, o ambiente é agradável, mas é caro demais e não serve bem duas pessoas que passaram o dia fazendo trilha.
Talvez para um casal que ficou de boa o dia inteiro e almoçou algo que não sanduíches até satisfaça. Definitivamente, não era nosso caso. Só queria um PFão!
Post completo sobre a trilha da Cachoeira do Segredo.
Dia 4 – Cachoeira do Cordovil
Exaustos de três dias intensos de trilhas, decidimos mudar os planos e fazer algo mais tranquilo. Estávamos cheios de dores, eu tinha bolhas em 6 dedos dos pés. Uma trilha curta era muito bem-vinda.
E foi assim que fomos parar na Cachoeira do Cordovil. O complexo tem 4 atrações e você pode conhecê-las de duas formas: fazendo a trilha completa, com cerca de 10 km, ou pagar um pouquinho a mais para poder ir de carro, encurtando a trilha para 5 km.
Os ingressos custavam R$ 50,00 ou R$60,00, respectivamente, pagamento em dinheiro ou cartão. Obviamente escolhemos a segunda opção!
Valeu demais ter mudado os planos para conhecer esse complexo. Nós amamos o lugar e saímos de lá no último minuto possível, escoltados pelos funcionários!!!
Depois do banho, decidimos jantar novamente no Bar Zen, pois havíamos gostado da comida e do ambiente, mas o arrependimento bateu logo de cara.
O serviço lento não era por causa da lotação, era lento porque era ruim mesmo. Anotaram nossos pedidos errados, trouxeram comida para todos na mesa, menos o meu e eu lá faminta vendo todos comerem. Sério, apesar da comida boa, não vale o estresse.
Para finalizar a noite, compramos vinho no mercado e acendemos a fogueira que o José havia deixa no jeito para nós. Ficamos ali deitados curtindo aquele céu espetacular. Tão lindo quanto do Atacama!
Post completo sobre a trilha da Cachoeira do Cordovil.
Dia 5 – Catarata dos Couros
Apesar dos perrengues para chegar, esse complexo definitivamente foi o ponto alto da nossa viagem. Ela fica a cerca de 45 km do centro de Alto Paraíso, sendo 35 km de estrada de terra, sem nenhuma sinalização!
Mas calma que eu explico direitinho como chegar na Catarata dos Couros sem erro!
A trilha de apenas 3km, cada trecho, boa parte plana e de nível fácil, tem diversas paradas e agrada o turista mais de boa até o aventureiro. Tem cachoeiras, piscinas e hidromassagens naturais, prainhas e termina num lindo cânion. E melhor, bate sol o dia todo!!
Mas esse complexo é mais seguro visitar na época de seca, já que na época de chuvas a correnteza é muito forte.
A volta foi muito tranquila e de lá fomos direto para o centro de Alto Paraíso para um merecido jantar.
Recomendação da Juh, fomos jantar na Vendinha e aqui bateu o arrependimento de não termos ido comer lá mais vezes. PFão delícia, muito bem servido, chope gelado e preço muito bom.
Dia 6 – Vale da Lua
De malas prontas, nos despedimos com dor no coração dos queridos Juh e José e seguimos para o Vale da Lua. Chegamos lá por volta das 9h.
A entrada custava R$ 40,00 por pessoa, pagamento somente em dinheiro. A trilha é curtíssima, uns 600 metros. Como chegamos cedo, o local estava bem tranquilo e pudemos curtir com calma.
Não achei que vale o preço. Não tem muito o que fazer. As formações rochosas de fato são bem interessantes, mas você só consegue aproveitá-las na época de seca, quando pode descer o cânion.
Ficamos lá até umas 11h30, quando o local já estava bem cheio e com filas para ir nos pontos de interesse, como o útero.
Ao menos lá tem banheiros, inclusive com chuveiros, onde nos trocamos antes de pegar estrada para Brasília.
No caminho, paramos na Pamonharia da Vó Belmira, famosa na região, para almoçarmos. As pamonhas e sucos são bem gostosos. Vale a parada.
Chegando em Brasília, abastecemos, devolvemos o carro e chegamos no limite para embarcar de volta para São Paulo, já com saudades e planejando a próxima ida!
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