Roteiro de carro por Teresópolis e Petrópolis

A apenas 500km de distância de São Paulo, fazer uma viagem de carro pelas cidades de Teresópolis e Petrópolis é uma ótima pedida para um feriado prolongado.

Mas mesmo que você não curta tanto viagens longas de carro quanto nós, você pode ir de avião para o Rio e lá alugar um carro para subir a serra, que dista pouco menos de 100 km da capital carioca.

Dicas para quem vai de carro saindo de São Paulo

As estradas que ligam a capital paulistana às cidades de Teresópolis e Petrópolis estão em boas condições, em grande parte duplicadas.

Há cobrança de pedágios, cerca de R$74,00, entre São Paulo e Teresópolis, e R$65 entre Petrópolis e São Paulo, totalizando cerca de R$139,00 ida e volta.

Em relação ao combustível, esse valor varia bastante, dependendo do consumo do seu carro e do tipo de combustível. Mas seja qual for, encha o tanque e tenha combustível suficiente para chegar ao Estado de São Paulo, pois o combustível por aqui é significantemente mais barato que no estado vizinho.

Onde se hospedar em Teresópolis e Petrópolis

Fizemos base em somente em dois locais ao longo da nossa viagem. Em Teresópolis optamos por um Airbnb, pois – choquem – não há campings na cidade (ao menos não havia até junho de 2022).

Sério, como uma cidade com tantas opções de atividades de trilhas, em contato com a natureza, não possui um camping, uma das formas preferidas de hospedagem de quem curte esse tipo de turismo?

Petrópolis não é muito diferente nesse quesito, mas ao menos tinha uma opção de camping!

Teresópolis

O Airbnb que escolhemos fica do ladinho da entrada do Parque Nacional Serra dos Órgãos, o que é uma mão na roda, principalmente para quem chega da travessia Petrópolis-Teresópolis.

Nossa anfitriã era a Dona Lucimar, uma simpatia de pessoa! Ela tem como opção dois quartos com banheiro compartilhado, nossa escolha, ou uma suíte.

A casa é aconchegante, num bairro tranquilo, cama gostosa, roupa de cama e banho cheirosas, chuveiro gostoso a gás. Super recomendo!

Petrópolis

O único camping da cidade se chama Espaço Overlander, e fica a apenas 2,4 km do centro histórico de Petrópolis. Apesar da localização super central, o local onde está o camping é bem tranquilo.

O Espaço Overlander não é muito grande, mas está muito bem preparado para receber os diversos tipos de campistas, de motorhomes a barracas de chão.

Possui dois banheiros, cozinha e um espaço de convivência compartilhado gostoso e completo. Outra coisa que gostamos é que o chão da área de motorhomes era de cascalho, muito melhor de andar sem sujar o pé, e tinha vagas definidas com pontos de água e luz para cada um.

O Rafael responde rapidamente as mensagens e foi muito simpático, assim como sua mãe, que foi quem nos recebeu!

Roteiro de carro de 7 dias por Teresópolis e Petrópolis

Dia 1 – Deslocamento São Paulo – Teresópolis

Decidimos iniciar nosso roteiro por Teresópolis somente por ela estar um pouco mais distante de São Paulo e na ida sempre estamos mais animados, lidando melhor com as horas de estrada.

Chegamos no nosso Airbnb por volta das 17h30, pois paramos antes no Mirante do Soberbo, uma bela recompensa após quase 7h de estrada!

Deixamos nossas coisas e, famintos, fomos jantar na Villa St. Gallen, mais precisamente no Therezopolis Pub. Apesar de ser um dos principais pontos de parada em Teresópolis, achamos um ótimo custo benefício. Comemos e bebemos muito bem por um preço justo (nessas horas notamos como São Paulo é cara). Vale a pena!

Dia 2 – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Reservamos o dia todo para explorar quase tudo o que a sede Teresópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos tem a oferecer.

Por que quase tudo? Porque dessa vez decidimos por não fazer nenhuma trilha muito longa, como a Trilha da Pedra do Sino, um dos pontos de parada de quem faz a Travessia Petrópolis-Teresópolis, nosso objetivo para uma próxima visita à região.

Nos encontre nessa foto!

Quando fomos, a entrada era gratuita. Há algumas opções de trilha no Parque, de nível fácil/médio, que levam a pequenas quedas d’agua e mirantes.

Mas o que fez a viagem toda valer a pena foi um encontro nada esperado com uma linda preguiça tomando seu banho de sol numa embaúba.

Fomos até a Floresta Amazônica na esperança de ver uma em seu habitat natural (a que vimos no colo de uma indígena não vale, pois somos contra o turismo exploratório de animais) e acabamos por ter essa experiência bárbara na nossa linda Mata Atlântica.

Ficamos vários minutos observando-a mudando de galho com muita destreza e técnica (e lerdeza)!

Para finalizar a tarde, fizemos a trilha da Pedra do Elefante (também gratuita), com início próximo ao Mirante do Soberbo. Trilha bem curtinha, contudo, íngreme, com uma vista linda da Serra dos Órgãos. Uma pena que tinha uma nuvem bem onde o sol estava se pondo…

Após gastar muitas calorias, fomos repô-las jantando no Kanton Bier, onde servem chopes artesanais bem gostosos e um hambúrguer que tem como “pão” uma batata rosti.

Dia 3 – Trilha Pedra da Ermitage e deslocamento Teresópolis- Petrópolis

Iniciamos o dia visitando a famosa Granja Comary (gratuito), onde a seleção de futebol brasileira treina. Não somos nada fãs de futebol, mas vale a visita pelo belo lago com muitos patos e gansos (alguns bem marrentos).

De lá fomos direto para o início da Trilha da Pedra de Ermitage, de onde se tem uma vista de 360° da região.

A trilha é curta, uns 2km, mas são 2 km de subida muito íngreme. Eu, que não sou de reclamar, no terço final esgotei todos os palavrões que conheço. Mas olha, o esforço vale a pena. A vista é definitivamente a melhor de Teresópolis.

Após sobreviver a essa trilha (jurava que iria descer na banguela, algo que aconteceu quando escorreguei na trilha e achei que nunca mais fosse parar de deslizar!!), tentamos parar na Feirinha do Alto, mas estava tudo muito caótico e cheio de gente (sábado, né…) que desistimos.

Voltamos para o Airbnb, tomamos um banho, nos despedimos da Dona Lucimar e seguimos viagem, curtindo o visual de fim de tarde da estrada entre Teresópolis e Petrópolis. Novamente o pôr do sol foi prejudicado pelo céu parcialmente encoberto.

Cansados, jantamos no camping mesmo, logo que chegamos em Petrópolis.

Dia 4 – Centro Histórico de Petrópolis

Escolhemos o domingo para conhecer o centro histórico, quando quase todas as atrações estão abertas e fica mais fácil de se deslocar e estacionar na cidade.

Nesta região, a cidade é bastante plana, então calce o seu sapato mais confortável e explore o centro a pé.

O que mais gostamos do dia foi o Museu Imperial (R$10,00). A visita é rápida, porém bem organizada e interessante. Não deixe de visitar o jardim que, apesar de estar parcialmente fechado quando da nossa visita, é bem bonito.

Para almoçar, escolhemos a Petiscaria Imperial, que nos ganhou pela cerveja Therezopolis gratuita de boas vindas! No dia serviam buffet de feijoada, que tava bem gostoso.

Mas o prato chefe deles é o rodízio de petiscos. Até ficamos tentados em pedir, mas já estávamos comendo feijuca à vontade. A gente ia sair de lá rolando e não ia conseguir turistar mais depois!!

Casa da Ipiranga ou dos 7 erros no centro histórico de Petrópolis

Tentamos finalizar o dia vendo o pôr do sol no Trono de Fátima, que fica em um dos pontos mais altos do centro de Petrópolis, mas tava rolando uma missa (a gente não se tocou que domingo podia acontecer isso) e não conseguimos entrar. Justo no dia que o céu tava limpinho…

Ainda cheios do almoço, jantamos qualquer coisinha no camping mesmo.

Dia 5 – Itaipava

Iniciamos o dia visitando externamente o Castelo de Itaipava, que achei bem brega, pra falar a verdade. De forma alguma iria pagar para visitar a parte interna, ainda mais depois de vários comentários negativos que li na internet.

Ainda bem que era caminho para o ponto principal do dia, ou ainda teria sido um desperdiço de tempo e combustível.

O dia estava reservado para a trilha Pedra da Itaipava (gratuito), de onde se tem uma vista de 360° da região. A trilha é curta, uns 3km, íngreme, porém bem mais tranquila que a da Ermitage.

Na volta decidimos parar na fábrica da cervejaria Odin, achando que a gente iria se hidratar com cervejas bem geladas após a trilha mas, infelizmente, eles não podem mais promover degustações no local.

Ainda assim, fomos muito bem recebidos: nos levaram para conhecer a fábrica e decidimos por conhecer o bar no centro de Petrópolis antes de fazermos nossas comprinhas!

Sóbrios, e ainda com tempo antes do pôr do sol, fomos conhecer a cachoeira da Macumba (gratuito), trilha bem fácil (exceto o último trecho para a janela do céu), com um poço enorme para nadar e uma janela para o céu linda!

De volta para o centro de Petrópolis, tomamos um banho e fomos curtir o happy hour no Casarão Odin, bar da cervejaria Odin. Pensa num lugar legal! Nas noites de segunda rola apresentação de blues.

Durante o happy hour os petiscos saem por R$10,00 cada. Provamos todos, rolamos de tanto comer, experimentamos chopes deliciosos e a trilha sonora tava demais. Simplesmente amamos esse lugar! Vale demais a pena!

Como havíamos passado na fábrica antes, vimos que os preços das cervejas e chopes estavam mais baratos por lá, então decidimos fazer nossas comprinhas só no dia seguinte.

Dia 6 – Um pouco de tudo

O tempo mudou completamente e choveu o dia todo. Tivemos que mudar todos os nossos planos e fazer coisas somente em ambientes internos.

Justo no meu aniversário…

Era meu níver, tive que mudar os planos, então ao menos ia comer muito bem!!

Iniciamos o dia num buffet de café da manhã no Empório Valleju. Por apenas R$20,00 por pessoa (preço de dias úteis em junho/2022) tínhamos à nossa disposição uma variedade enorme de comidinhas, incluindo muitas fatias de bacon crocante (credo, que delícia)!

Devidamente rolando, voltamos na cervejaria Odin para comprar chopes e cervejas para levar para casa.

A próxima parada foi o Palácio Quitandinha (R$10,00). Outrora cassino, hotel e hoje dividido entre um condomínio e o SESC, é uma edificação interessante, com um enorme domo baixo, segundo eles com diâmetro maior que o da basílica de São Pedro.

Deu para tirar umas fotinhos externas antes da chuva voltar e fomos conhecer a parte interna. Tinha quase ninguém, então foi uma visita bem tranquila, que pudemos aproveitar bem cada cômodo aberto para visitação.

Depois demos uma parada no Parque Crémerie (gratuito), que tem um paisagismo lindo. Em dias de sol deve render fotos incríveis.

Bateu aquela fominha, tava friozinho, então decidimos visitar a Fábrica de Chocolates Patrone, onde tomamos o melhor chocolate quente da vida, e não é hipérbole (e olha que tomamos o da Lindt em Viena). Gostamos tanto que compramos o pó para fazer em casa. Seguindo a receitinha deles ficou igualzinhooooo!!! Ótima opção de presente!

E antes de voltarmos para o camping, passamos no Orquidário Binot, onde quase tivemos um treco. Tem uma variedade surreal de orquídeas que a gente nem tinha ideia que existiam. Trouxemos algumas para casa, os preços estavam ótimos!

Não almoçamos, pois o café da manhã nos deixou satisfeitos por quase todo o dia, e à noite jantamos tudo o que tinha sobrado na geladeira, já que no dia seguinte voltaríamos para São Paulo.

Dia 7 – Deslocamento Petrópolis-São Paulo

Quanto custa viajar para Teresópolis e Petrópolis?

Por incrível que pareça, não tanto!

Eu jurava que a região serrana do Rio teria preços equivalentes aos de Campos do Jordão e Monte Verde, regiões serranas de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, que são cidades absurdamente caras (e bem superestimadas, diga-se de passagem).

Opções mais em conta e mais interessantes nas serras mineira e paulista:

Extrema – MG

Sapucaí Mirim – MG

São Bento do Sapucaí – SP

São Francisco Xavier – SP

Mas não! Muitas atrações são gratuitas nas duas cidades, e aquelas que são pagas têm preços bem justos, não passando dos R$20,00.

Um casal come e bebe muito bem por R$200,00. Para se ter noção, a pint mais cara de chope que pedimos foi R$17,00 reais, e só porque era uma Stout. Pilsen não paga mais de R$15,00, mesmo nos lugares mais turísticos.

Vale a pena viajar para a região serrana do Rio?

Simplesmente amamos nossos dias em Teresópolis e Petrópolis.

Além das belezas naturais, das diversas opções de trilhas e cervejarias, ainda fomos muito bem recebidos pelos locais.

É uma excelente opção para quem está de carro, já que alguns dos pontos por nós visitados ficam distantes do centro e não são cobertos pelo transporte público.

Superou e muito nossas expectativas e com certeza é um lugar que iremos voltar!

Não detalhei muito sobre os principais pontos turísticos, pois são informações facilmente obtidas na internet. Porém escreverei textos mais completos sobre as trilhas.

Caso tenha alguma dúvida, fique à vontade para perguntar ali embaixo. Terei o maior prazer em ajudá-lo com seu roteiro!

2 Comentários

  • Miriam Sousa

    Sou do Rio e amo a região serrana do nosso Estado. Um patrimônio natural e cultural riquíssimo a ser explorado. O post tem dicas de lugares muito legais para visitar. Um passeio muito legal tbm é a estrada que liga Teresópolis a Friburgo, vale muito a pena. Abç.

    • barbaracortat

      Olá Miriam, tudo bem?
      Fico lisonjeada de saber que alguém da região gostou do roteiro! Obrigada!
      E agora tenho mais uma desculpa para voltar para conhecer esta estrada até Friburgo.

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